MACHADO DA COSTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Brasil está preparado para atravessar uma possível crise internacional, cujo estopim seria a iminente saída do Reino Unido do bloco político e econômico da União Europeia, avalia o Ministério da Fazenda. O país apresenta solidez e segurança financeira, aponta o ministério.
Em nota, a Fazenda afirma que o país tem expressivo volume de reservas internacionais e o ingresso de investimento direto estrangeiro tem sido suficiente para financiar as transações correntes.
O Banco Central, na manhã desta sexta-feira (24), atualizou os números. As reservas internacionais brasileiras somaram, em maio, US$ 374,6 bilhões -uma redução de US$ 2,1 bilhões em relação ao mês anterior. Os investimentos externos no país somam US$ 79,4 bilhões em 12 meses.
A Fazenda diz que as condições de financiamento da dívida pública estão sólidas e que o Tesouro Nacional conta com amplo colchão de liquidez. Além disso, cita que a dívida pública federal é composta majoritariamente por títulos denominados em reais e que o governo anunciou, recentemente, medidas fiscais estruturantes de longo prazo.
“A recente melhora nos indicadores de confiança e na percepção de risco do país reflete essas ações”, diz o Ministério.
A dívida bruta atual do Brasil está em R$ 4,039 trilhões. Já a dívida externa bruta do país, em maio, estava em US$ 331,4 bilhões -a preços atuais, isso representa, aproximadamente, R$ 1,12 trilhão.
“Nesse contexto, o Brasil está preparado para atravessar com segurança períodos de instabilidade externa”, conclui a nota da Fazenda.
Mais cedo, o Banco Central publicou uma nota dizendo que está monitorando os desenvolvimentos nos mercados global e doméstico em razão do plebiscito britânico. “Caso necessário, [o BC] adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial.”
O órgão afirma que a economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos decorrentes desse processo. Os fundamentos citados pelo BC são o montante de reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional.