CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Em meio a uma crise na segurança pública, o Rio Grande do Sul recebeu neste domingo (28) as primeiras equipes da Força Nacional, enviadas para reforçar o policiamento no Estado. Os 120 policiais saíram do Rio de Janeiro ainda na sexta-feira (26), quando o presidente interino, Michel Temer (PMDB), aceitou o pedido do governador José Ivo Sartori (PMDB) para o envio das tropas. Eles atuavam nos Jogos do Rio, e iriam ficar na cidade para a Paraolimpíada, quando foram deslocados ao Sul. Em crise financeira, o Estado tem atrasado salários de servidores, inclusive de policiais, e enfrentado alta nos índices de criminalidade. Os soldados chegaram à capital gaúcha num comboio de 30 veículos, na tarde deste domingo, e eram aplaudidos por onde passavam. A partir desta terça (30), eles atuarão no policiamento das ruas em Porto Alegre, junto com policiais militares, por tempo indeterminado. Outras equipes devem chegar ao longo da semana. “Vamos dobrar o efetivo, nossa operação será mais visível”, declarou o coronel Mario Ikeda, comandante do policiamento em Porto Alegre, em entrevista ao “Zero Hora”. CRISE Na semana passada, o secretário de Segurança pediu demissão após mais um latrocínio (roubo seguido de morte) na região central de Porto Alegre, que gerou protestos da população. Esse tipo de crime aumentou 35% no primeiro semestre deste ano no Estado, em comparação com 2015. Devido à crise nas finanças, policiais tiveram os salários parcelados, por vezes em parcelas menores que o salário mínimo. O efetivo diminuiu, e Sartori chegou a cortar o combustível para os carros da polícia. O governador diz que a crise da segurança “vem de longo tempo, de outras circunstâncias”. Após a demissão do secretário, ele anunciou a criação de um gabinete de crise, comandado por seu vice. O governo pedia que a Força Nacional reforçasse o policiamento dos presídios estaduais, cuja população aumentou cerca de 15% no último ano -atualmente, são 34 mil detentos. Após reunião entre comandos, porém, definiu-se que os soldados iriam às ruas. Sartori também pediu ajuda de Temer para comprar equipamentos, armamentos e construir um presídio na capital gaúcha. O governo federal ainda não deu resposta.