Bastam 47 quilômetros, seguindo as margens do Tejo, ao sul de Madrid, para conhecer um dos mais importantes conjuntos artísticos monumentais da Europa. Aranjuez foi designado Real Sítio pelos Reis Católicos, que costumavam passar ali temporadas de férias e lazer. Palácios e jardins, no entanto, tiveram construção iniciada pelos Reis da Casa dos Austrias. A dinastia dos Borbons também privilegiaram o Real Sítio, embelezando ainda mais o monumento arquitetônico.
Felipe V, em agradecimento ao povo de Aranjuez pelo apoio na Guerra de Sucesión, converteu o lugar em núcleo cortesão, construindo alguns dos mais artísticos parques, monumentos, jardins e igrejas. O ponto máximo de esplendor aconteceu durante os reinados de Carlos III e Carlos IV.
Basta uma hora de trem, para alcançar o Real Sitio de Aranjuez
Para conhecer Aranjuez é bom ir como passageiro do famoso tren de la Fresa, que parte sábados e domingos da estação Atocha, em Madri. O trajeto tem duração de uma hora.
Hosterias Reales
As Hosterias Reales formam uma cadeia de hotéis localizados em prédios históricos, situados em locais de grande beleza. As características principais são o conforto das instalações, a excelente cozinha, o profissionalismo no serviço e a experiência na organização de convenções e congressos. Ficaram famosas as celebrações anuais no Páteo Claustral da Hosteria Real de Zamora, nos jardins fluviais da hosteria do Senhorio de Bizkaia (Bakio-Vizcaya) e no pátio de armas do castelo de Monzón (Monzón de Campos – Palencia), onde acontecem ceias medievais, saraus musicais, noites de teatro e concertos clássicos.
Estátua de Cid, el Campeador em Burgos
Burgos – Cidade Cinco Estrelas
Com apenas 237 quilômetros de estrada partindo de Madri, fica a cidade de Burgos, que foi capital do reino de Castela e Leão entre os séculos X e XV, e cenário das lendárias façanhas de Rodrigo Diaz de Vivar, El Cid Campeador, seu filho mais famoso, considerado um autêntico herói da Reconquista espanhola no século XI.
Assim, Burgos é berço de importantes monumentos religiosos e civis, que devem entrar em todos os roteiros turísticos. Veja a lista:
*A Catedral gótica, declarada Patrimônio da Humanidade, é uma das jóias do gótico universal. A construção foi iniciada em 1221 por ordem do rei Fernando III e foi concluída três séculos depois. Na fachada são destaque duas torres impressionantes, de 84 metros de altura, onde fica a Puerta Real. No interior, três naves rodeadas por inúmeras capelas, formando um conjunto ímpar. Debaixo da cúpula, a tumba de Cid Campeador. Como detalhe exótico, a procura do Papamoscas, figura à esquerda da Puerta Real, que abre a boca cada vez que soam as horas.
Famoso portão da cidade de Burgos
* O Mosteiro de Las Huelgas, fundado por Alfonso VIII, já foi panteão real e possui , além de sua beleza arquitetônica e artística, um museu de tecidos medievais, único no mundo. Esteve sob direção das freiras da Ordem de São Bernardo.
* O Hospital del Rey é uma das edificações civis mais importantes na região. Foi fundado por Alfonso VIII para acolher os peregrinos que seguiam o Caminho de Santiago. O destaque é a fachada de estilo plateresco e a ornamentação da porta dos Romeiros.
* Outro monumento notável da arquitetura civil é a Casa del Cordón, palácio construído em 1482 . Seu nome se deve ao cordão da ordem franciscana, que une os escudos sobre a porta principal. Foi no prédio que morreu Felipe, o Belo, e também onde os reis católicos receberam Cristovão Colombo quando ele regressou de sua segunda viagem pela América.
Catedral de Burgos, onde está o túmulo de Cid, el Campeador, um dos monumentos religiosos mais importantes da Europa
Chegar a Burgos é muito fácil, partindo de qualquer ponto da península. Para quem está em Madri e pretende enfrentar a estrada, a rota principal é a Nacional 1, que se comunica com a França.
Uma boa desculpa para ir até Burgos é a dos amantes da boa cozinha: a gastronomia da região é marcada pelos produtos provenientes da caça e da pesca. Javali, corça, perdiz ocupam lugar de destaque, junto ao caranguejo e a truta. Tudo acompanhado pelos excelentes vinhos da Ribeira do Douro. Uma das tradições culinárias local é a olla podrida, prato típico de Burgos, feito como uma feijoada, só que com feijões vermelhos (alubias rojas).
