Aos 43 anos, o médico oftalmologista João Guilherme de Moraes decidiu concorrer a um cargo público pela primeira na condição de uma pessoa comum. Indicado pelo PSC para ser vice na chapa de Ney Leprevost (PSD), o curitibano avalia que os eleitores se cansaram da velha maneira de fazer política e aposta em uma gestão que resolva os problemas de maneira simples, sem loteamento de cargos e desperdício de recursos. Casado e pai de três filhas, Moraes pretende atuar junto ao prefeito, ajudando no desenvolvimento de projetos, em caso de vitória no segundo turno.

Bem Paraná – Como surgiu a sua candidatura?
João Guilherme de Moraes – Nunca concorri a cargo nenhum. Sou médico oftalmologista, trabalho há 19 anos como médico e nunca tive ligações com a política partidaria. Há quase três anos entrei no PSC, a convite do Ratinho Jr, que frequenta o meu consultório. Eu ficava reclamando e ele disse então pare de só reclamar e vã lá trabalhar pela população. Agora com a coligação nosso partido se ligou ao Ney, eu já conhecia a atuação do Ney como vereador e como deputado. E o partido me indicou como vice, para mostrar para a população de que a gente quer fazer uma administração com pessoas comuns, que pagam imposto, que trabalham. Eu resolvi dar essa contribuição como cidadão.

Bem Paraná – Alguns vices são decorativos, outros assumem um papel de importância. Qual a sua perspectiva?
João Guilherme de Moraes – É estar próximo do Ney. Não quero assumir nenhum cargo, não serei eu o secretário de Saúde, o Ney não tem compromisso com nenhum partido para dizer quem vai ser secretário. Quero poder falar com o prefeito, participar dos planos estratégicos, na ligação com os partidos. E forçar para que o cidadão seja sempre ouvido. Essa é uma das característica que diferencia a nossa chapa, temos dois integrantes com mais capacidade de ouvir mais do que de falar. Essa é uma característica minha como médico.

Bem Paraná – Caso haja algum imprevisto, o senhor se sente preparado para assumir por um longo prazo?
João Guilherme de Moraes – Minha profissão exige que a gente tome decisões todos os dias que determinam se uma pessoa vai ter recuperação da visão ou não. Sou administrador do hospital, tenho experiência em gestão. E tenho ligação com vários ramos da sociedade. Quero que o prefeito termine seu mandato, mas, se por acaso houver alguma situação, pois o impoderável existe, me sinto preparado para assumir e tenho uma grande vontade de aprender.

Bem Paraná – Houve algum dilema para entrar na política, ou críticas?
João Guilherme de Moraes – Se a gente não fizer, ninguém vai fazer. Foi uma exposição muito grande, mas é um desejo meu tentar colaborar. Estou fazendo a minha parte, não tenho a perspectiva de me tornar um político profissional. Não estou fazendo isso a qualquer preço. Continuo trabalhando, tendo uma vida normal, não acho que o político tenha que se distanciar das pessoas.

Bem Paraná – Também é possível contribuir em outros cargos. Existe a possibilidade de concorrer a outro cargo?
João Guilherme de Moraes – Tem várias coisas que a gente pode fazer, mas primeiro temos essa perspectiva de ganhar a prefeitura. Depois, de fazer um bom trabalho. Se a gente achar que pode continuar o trabalho, sim. Mas posso chegar lá e pensar já fiz a minha parte.

Bem Paraná – Qual a sua visão sobre saúde pública? Como tratar desse problema com recursos escassos?
João Guilherme de Moraes – A gente não tem as informações financeiras precisas, só teremos quando ganharmos a eleição, no processo de transição. Falta de dinheiro não pode ser uma desculpa, mas na área da saúde o que falta é gestão de processos básicos. A gestão das filas por exemplo: precisamos fazer uma concentração de profissionais nas áreas com mais necessidade, fazer a capacitação. O pessoal é bom, o problema é a gestão do pessoal e a falta de estrutura. Vamos fazer a gestão aliada à vontade do funcionalismo de ajugar a população. A prefeitura teve os cargos loteados, para dar espaço para partidos que estavam na coligação. Queremos diminur gastos com bobagem, com cargos em comissão, com mordomias. Temos propostas para a saúde, uma delas é fazer dois pronto atendimentos infantis. E vamos usar a estrutura que já existe, fazer uma gestão de pessoas e de recursos de maneira mais eficiente.

Bem Paraná – Como administrar sem cargos, sem fazer política?
João Guilherme de Moraes – Esse é o jeito antigo de fazer política. Vamos ter que fazer esse enfrentamento. Não vamos acabar com todos os cargos em comissão, tem áreas que não funcionariam. E vamos precisar da base para trabalhar conosco. As pessoas já sabem disso, tanto que a renovação da camara foi alta, pessoas que tinham votação grande diminuiram, porque a pop não aceita mais esse tipo d epolitica.

Bem Paraná – Como o senhor se define politicamente? Qual a sua opinião sobre esquerda e direita?
João Guilherme de Moraes – A disputa política não pode ser uma paixão clubística. Nossa coligação é uma corrente do bem, do cidadão, todo mundo será ouvido. O Ney tem essa capacidade de ser democrata, de agregar.

Bem Paraná – O que é ser do bem?
João Guilherme de Moraes – É ser uma pessoa normal, fazer acordos, projetos e estruturas voltadas para as coisas funcionarem bem, as pessoas terem qualidade de vida. O mal seria a velha política, é uma candidatura comprometida com grupos políticos acostumados a praticar a velha politica. Eu não falo mal de ninguém, quem tem um passado ruim que se jusitique.

Bem Paraná – O que a prefeitura pode fazer pelos mais pobres?
João Guilherme de Moraes – O prefeito muda a vida das pessoas de maneira objetiva. As principais queixas são falta de saúde, vamos melhorar o atendimento, diminuir o tempo nas filas, diminuir o tempo para atendimento com especialistas. Melhorar o transporte coletivo, tentando uma redução de tarifas de maneira clara, expondo como é esse processo hoje em dia. É assim que a gente melhora a vida dos mais humildes, de quem precisa mais.

Bem Paraná – Seu nome foi indicado pelo Ratinho Junior (secretário estadual de Desenvolvimento Urbano). Que influência ele terá em uma possível gestão?
João Guilherme de Moraes – Vai influenciar com ideias, com a postura dele, com ações invavdoras, e nada mais do que isso.

Bem Paraná – Qual o principal poblema da cidade hoje?
João Guilherme de Moraes – Não é o principal problema da cidade, é do país: a falta de credibilidade. As pessoas não têm mais vontade de acreditar nos políticos. Quando a gente perde a espaerança, não tem mais nada na vida.