O número de acidentes com águas-vivas no Litoral do Paraná atingiu o número de 25.118 até este sábado (28). A quantidade já se aproxima do dobro de todo o registro da temporada 2015/2016 — entre 18 de janeiro de 2015 a 14 de fevereiro de 2016 — quando foram 14.263 ocorrências.

Nas últimas duas semanas os casos aumentaram. Até o dia 12 de janeiro eram c erca de 11,5 mil casos notificados no Litoral.

De acordo com a bióloga e coordenadora da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde, Tânia Portella, o fenômeno tem se tornado comum nos últimos anos e afeta também o litoral de Santa Catarina. Isso se deve ao comportamento das correntes marítimas e também às condições favoráveis para a reprodução das águas-vivas. É importante lembrar que elas estão em seu habitat natural e somos nós que dividimos este espaço, sobretudo agora no verão, ressaltou a bióloga quando o governo divulgou o balanço de ocorrências no dia 12 passado.

Com mais banhistas na praia, a tendência é que o número de casos de acidentes aumente, já alertava Tânia. “O que podemos fazer é monitorar os locais de risco e preparar a estrutura para atender a demanda de vítimas. Tânia afirma ainda que algumas atitudes simples podem ajudar as pessoas a se proteger. Recomendamos que antes de entrar na água, o veranista pergunte ao guarda-vidas como está a situação do mar e qual o melhor local para se banhar, acrescenta.

A grande maioria dos acidentes com águas-vivas ocasionam quadros leves, onde a vítima relata apenas dor em queimação no local de contato com o animal. Neste tipo de caso clássico, a assistência é feita na beira da praia, pela equipe de guarda-vidas do Corpo de Bombeiros.

O atendimento consiste na aplicação de vinagre na região da pele que teve contato com os tentáculos da água-viva. Isso serve para aliviar a dor e barrar a ação da toxina do animal, explica Tânia. Após o acidente, é possível também aplicar a própria água do mar na pele dolorida.

Antes do início da Operação Verão, o Governo do Estado distribuiu quase mil litros de vinagre para abastecer os estoques dos municípios. Os frascos estão disponíveis nas unidades de saúde e nas bases do Corpo de Bombeiros ao longo da orla.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, afirma que a medida garante insumos necessários para atender a demanda de acidentes que porventura aconteçam até o fim da temporada. Estamos atentos, monitorando a situação de perto. Caso haja necessidade, faremos uma nova compra para que não falte vinagre nas unidades, assegurou.

O Estado também destinou recursos para fortalecer a rede de retaguarda de atendimento dos municípios. Além de prestar assistência de urgência e emergência, as estruturas estão preparadas para receber casos moderados de acidentes com água-vivas.

Segundo a diretora da 1ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti, as pessoas que apresentarem dores pelo corpo, mal-estar ou vômito devem ficar atentos e buscar atendimento médico imediatamente. Não se pode perder tempo. Em cada município, temos unidades preparadas para dar este tipo suporte ao paciente, diz. Desde o dia 22 de dezembro, pelo menos 19 pessoas tiveram que ser encaminhadas pelos Bombeiros para receber atendimento médico.

Em Guaratuba, a referência é o Pronto Atendimento Municipal. Em Matinhos, o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes é quem recebe vítimas de acidentes com animais marinhos. Já em Pontal do Paraná são dois locais: Prontos Socorros de Shangri-lá e Praia de Leste.

Em caso de dúvidas, a Secretaria de Estado da Saúde também disponibiliza uma central telefônica 24h para orientar o cidadão sobre o que fazer em caso de acidentes com águas-vivas e outros tipos de envenenamentos/intoxicações. O Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná atende pelo telefone 0800-410-148. A ligação é gratuita.

Veja alguns cuidados para evitar acidentes com Águas-Vivas

1. Procure estar sempre em uma área protegida por guarda-vidas.

2. Pergunte ao guarda-vidas se há grande incidência desses animais marinhos no local e, se houver, evite entrar no mar.

3. Entre no mar no máximo com a água até a cintura.

4. Se você sentir dor em queimação ou ardência, saia imediatamente da água, pois pode ter sofrido um acidente de contato com águas-vivas.

5. Lave o local com água do mar sem esfregar as mãos na área afetada (nunca lave com água doce, ou outra substância, como bebidas alcoólicas ou urina).

6. Procure um posto de guarda-vidas para colocar vinagre na área atingida (isso neutraliza a ação da toxina).

7. Pessoas alérgicas, que apresentarem outros sintomas, como mal-estar e vômito, ou tiverem grande área corporal atingida, devem procurar atendimento médico.

8. Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia.

Em caso de dúvidas, ligue para Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná – 0800-410-148.