SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quarta-feira (24), 22 mandados de prisão preventiva contra a quadrilha chefiada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. As prisões fazem parte da “Operação Epístola” e foram autorizadas pela 3º Vara Federal de Porto Velho. Entre os presos, segundo a PF, está Alessandra da Costa, irmã do traficante, que foi detida em um condomínio de luxo, onde mora, em Duque de Caxias. Ela é apontada como sendo a conselheira de Beira-Mar. Também foram presos um dos filhos do traficante na Paraíba e um outro suspeito classificado pela Polícia Federal como o “braço-direito” de Beira-Mar no Ceará. Segundo a PF, a organização criminosa movimentou valores superiores a R$ 9 milhões com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O dinheiro foi localizado em 51 contas bancárias. Nove empresas envolvidas no esquema também tiveram suas atividades suspensas. Beira-Mar está preso numa unidade de segurança máxima em Porto Velho (RO) e mesmo assim enviava ordens em bilhetes de dentro do presídio. Além dos mandados de prisão preventiva, os policiais federais cumprem ainda 13 mandados de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 85 de busca e apreensão nos Estados de Rondônia, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. INVESTIGAÇÕES As investigações começaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita encontrado por agentes federais da Penitenciária Federal de Porto Velho, onde Beira-Mar está preso. Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito pelo líder da quadrilha. Pelo laudo, foi possível identificar ordens dadas pelo traficante a outros integrantes do grupo que estavam soltos. De acordo com a PF, foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados a Beira-Mar que eram entregues por um esquema altamente elaborado e sofisticado para a transmissão de seus recados. Não há indícios, até o momento, de participação ou facilitação por parte de agentes ou servidores públicos, informou a PF. Os presos preventivamente em outros Estados serão levados para Rondônia. Beira-Mar também será transferido para outra unidade prisional do sistema federal. O nome da operação, batizada de Epístola, é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta.