SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O artista plástico Arhur Piza morreu na manhã desta sexta-feira (26) aos 89 anos. Piza estava internado há 20 dias em um hospital de Paris, cidade em que vivia desde 1951, em decorrência de uma doença de origem hematológica.

Além da relevante produção artística, Piza também teve papel importante em uma rede de solidariedade a exilados brasileiros que buscaram abrigo em Paris após o golpe militar de 1964. “Clélia e ele os ajudavam a conseguir empregos, os colocavam em contato com outras pessoas e participavam de reuniões políticas”, diz Rosa Freire d’Aguiar, jornalista e amiga do casal.

Piza fez sua primeira participação na Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Após a mostra, viajou para a Europa e passou a residir em Paris. Na capital francesa, o artista começou a aperfeiçoar sua técnica de gravura. Assim, ganhou destaque nas bienais, como em 1953, quando recebeu o Prêmio Aquisição, e em 1959, quando ganhou o Prêmio Nacional de Gravura.

“Eu comecei pintando, e era atraído por esse lado da gravura”, disse Piza à Folha em 2015. “Conhecia as de Goya e Rembrandt, e acho que, inconscientemente, tinha essa coisa de poder fazer [arte] para mais gente ver”, disse o artista sobre a possibilidade de reproduzir até 99 vezes cada gravura. Arthur Piza deixa a mulher, Clélia Piza.