LEO BURLÀ
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O futebol rápido e leve do Fluminense tem atraído elogios e admiradores desde que o técnico Abel Braga assumiu o comando do time. Mas, por ironia do destino, o treinador, que foi zagueiro tricolor nos anos 1970, tem justamente na zaga o seu “calcanhar de Aquiles”.
Contra o Avaí, o time das Laranjeiras saiu de campo pela primeira vez sem tomar gols pelo Campeonato Brasileiro. Somados os 39 compromissos no ano, este fato se repetiu apenas outras dez vezes.
Os goleiros tricolores já foram buscar a bola na rede em 50 ocasiões. Dado o número alto de gols, o treinador, seja por opção ou por lesões, já testou cinco duplas de zaga diferentes até agora. Dos seis jogadores disponíveis para a posição, o único que não entrou em campo foi Gum, ainda em recuperação de uma cirurgia no pé direito.
De todas elas, Henrique e Renato Chaves foi a mais frequente. Juntos, os dois atuaram juntos 19 vezes. Considerado o “casamento ideal” com as opções disponíveis no clube, a parceria foi desfeita desde que Chaves passou por uma cirurgia no tornozelo direito.
Daí para frente, Nogueira também recebeu mais oportunidades, mas quem parece ter agarrado a chance é o zagueiro Reginaldo, jogador pouco notado no elenco tricolor no início dos trabalhos para 2017. Seja ao lado de Nogueira ou Henrique, ele já soma dez aparições no ano e espera ter se firmado de vez. Com 1,93 m, o defensor ajudou a diminuir os erros no jogo aéreo e disse esperar um novo momento a partir de agora.
“Nós começamos bem o ano, sem levarmos muitos gols, mas depois aconteceu o contrário. A cobrança não vem só do Abel, a gente também não quer tomar gol e a torcida não quer ver gol adversário”, disse Reginaldo, que completou:
“Espero que eu esteja agradando o torcedor. Agarrei a chance e quero ajudar o Fluminense”.
Abel não escondeu o alívio após a vitória na Ressacada. Ainda que tenha falado que não gostou do futebol praticado pela sua equipe, ele destacou a importância de um triunfo sem levar gol do adversário.
“Foi importante não termos tomado gol. Claro que o coletivo está enfraquecido, sem confiança, mas jogamos muito para trás e isso eu não gosto. Não fizemos um grande jogo, mas fiquei feliz por ter feito gol e não ter sofrido”, analisou o comandante.
De ânimo renovado depois de interromper uma sequência de quatro jogos sem ganhar, o Fluminense retoma seus trabalhos de olho no São Paulo. Nesta sexta (23), o grupo faz sua penúltima atividade antes do duelo de domingo, às 16h, no Morumbi.