O atacante Kleber desfalcará o Coritiba nas próximas 12 rodadas do Campeonato Brasileiro. É que o jogador, denunciado por dupla agressão física e por cuspir no volante Edson, do Bahia, foi condenado a 15 jogos de suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na noite de ontem. O clube paranaense ainda irá recorrer da decisão para tentar diminuir a pena.

Como já cumpriu três jogos de suspensão – além da automática no jogo contra o Corinthians, pelo cartão vermelho na confusão, o jogador ficou de fora das partidas contra o Grêmio e o Cruzeiro – , Kléber desfalcará o seu clube nas próximas 12 partidas. Assim, voltará a jogar (caso a punição seja confirmada após o recurso) apenas no dia 10 de setembro, já no 2º turno, quando o Coritiba faz o clásico contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada.

Kleber foi absolvido da acusação em relação a uma cotovelada que deu no meia Zé Rafael, do Bahia. Segundo o relator do processo, o árbitro teria visto o episódio e marcou falta a favor do Coxa, não vendo, então, o caso como agressão. Os outros três auditores e o presidente do STJD seguiram a decisão do relator.

O atacante, porém, não conseguiu se safar do soco que aplicou no volante do clube baiano, sendo punido com seis partidas de suspensão, e ainda recebeu outras nove partidas de punição por ter cuspido no rival, que recebeu gancho de seis jogos por ter revidado a agresão. Um dos auditores, inclusive, criticou os dois atletas comentando que na várzea, quebra-se a perna de um jogador, mas não se cospe na cara.

Durante o julgamente, o atacante, artilheiro do Coritiba na temporada com 12 gols (um deles pelo Brasileirão), contou sobre seus problemas pessoais, revelando que briga com a ex-mulher pela guarda da filha e que chegou a pensar em não jogar a partida disputada no Couto Pereira, no dia 15 de junho.

Minha filha chorava a noite inteira e dizia que iria fugir de casa. Eu não dormi, até pensei em não jogar, mas não quis deixar o Coritiba na mão”, afirmou o atleta, que também foi defendido no julgamento por Alex Brasil, diretor-executivo do Coxa e que foi arrolado como testemunha no processo. Em seu depoimento, o dirigente destacou que Kleber chega ao trabalho uma hora e meia antes do treino e sempre foi um exemplo de pessoa.

Os dois, porém, não chegaram a ouvir a sentença no tribunal, já que tiveram de deixar o local antes de ser anunciado o veredito para não perderem o voo de volta para Curitiba.

Na história do Brasileirão por pontos corridos, Kleber detém o recorde de cartões vermelhos. A expulsão contra o Bahia foi a 13ª dele. O segundo colocado é o meia Hugo, ex-Corinthians, São Paulo, Grêmio e Juventude, com 11. 

HENRIQUE ALMEIDA

Outro jogador coxa-branca julgado nesta quarta-feira (28/06) foi o atacante Henrique Almeida. Ao marcar um dos gols no empate em 2 a 2 contra o Botafogo, seu ex-clube, no Engenhão, o jogador fez o gesto conhecido como “chororô”, eternizado por Souza, então jogador do Flamengo, na decisão da Taça Guanabara de 2008.

Por conta da comemoração, o atleta do Coritiba foi denunciado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “provocar o público durante partida, prova ou equivalente”. Poderia pegar de duas a seis partidas de suspensão, mas acabou sendo absolvido pelo STJD.