CAROLINA LINHARES
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, disse nesta sexta-feira (18) que o governo federal aceita um acordo para que a estatal mineira de energia mantenha a concessão de suas usinas, desde que a empresa tenha como pagar por elas.
O governo federal, porém, nega que haja um acerto e não vê como viável a proposta da Cemig.
A estatal mineira busca a renovação das concessões das usinas de Miranda, Jaguara e São Simão, que já expiraram, mas vêm sendo mantidas por decisões judiciais. Um leilão marcado para setembro prevê arrecadar R$ 11 bilhões com a outorga das três hidrelétricas e também da usina de Volta Grande.
“O acordo está aceito, desde que [a empresa] consiga pagar os R$ 11 bilhões”, disse Alvarenga. “Nós precisamos urgentemente que o governo nos ajude com empréstimos bancários para honrar esse compromisso porque a Cemig não tem como fazer levantamento [desse montante] da noite para o dia.”
“Se a Cemig não pagar, haverá o leilão”, completou.
A data para o pagamento, segundo estipulou o leilão, é 10 de novembro. “Estamos negociando agora como fazer para achar uma solução que atenda a Cemig e o governo na questão do pagamento.”
A Cemig só tem tem R$ 3,5 bilhões no caixa e precisaria de empréstimos de bancos, como o BNDES.
O governo federal conta com a receita do leilão para cumprir a meta de deficit deste ano de R$ 159 bilhões. E não vê viabilidade para que a Cemig levante o valor.
Em nota, o Ministério do Planejamento nega que haja um acordo.
“O governo federal ainda está discutindo o assunto com a direção da estatal e mantém a data de 27 de setembro para realização do leilão.”
A Cemig argumenta ter direito às renovações por mais 20 anos nas três usinas e questiona a realização do leilão no Supremo. O julgamento das ações sobre o caso está agendado para o dia 22.