SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia da Catalunha informou que matou nesta segunda-feira (21) o último suspeito de envolvimento no ataque com uma van em Barcelona na última quinta (17) que deixou 13 pessoas mortas. O marroquino Younes Abouyaaqoub, 22, suspeito de ser o motorista do veículo usado no ataque, foi morto após um cerco policial em Subirats (a 32 km a oeste de Barcelona).

Ele usava um cinto com supostos explosivos no momento em que foi morto. A polícia teve que usar um robô para verificar os explosivos antes de permitir que os policiais se aproximassem do corpo para confirmar a identidade do suspeito. Abouyaaqoub era o único dos 12 suspeitos de envolvimento nos ataques da semana passada na Espanha que ainda estava foragido –quatro deles foram capturados e os demais foram mortos.

“Os 12 alvos iniciais relacionados ao ataque [em Barcelona] estão mortos ou detidos, mas isso não significa que a investigação acabou. Nós continuamos trabalhando”, disse a polícia catalã.

Após jogar a van sobre uma multidão de pessoas nas Ramblas, região turística da cidade, deixando cerca de cem feridos além dos 13 mortos, o motorista fugiu a pé pelas ruas de Barcelona. Segundo a polícia, ele então parou um carro na saída da cidade, matou o motorista e fugiu com o veículo.

O governo catalão chegara a dizer que o motorista teria saído do país, o que levou a uma caçada pelo suspeito por toda a Europa. Países como França e Itália aumentaram o nível de alerta. Na manhã desta quinta-feira, porém, moradores de Subirats entraram em contato com a polícia para dizer que tinham visto um homem cujas características coincidiam com a descrição do suspeito. Ele foi então cercado pelos policiais em uma área rural do município. Segundo testemunhas, chegou a gritar “Allahu Akbar” (Deus é grande, em árabe) antes de ser alvejado pelos tiros. A mãe de Abouyaaqoub, Hannou Ghanimi, tinha feito um apelo para que o filho se se entregasse, dizendo que preferia vê-lo na prisão do que morto.

PRESOS

Mesmo antes da morte de Abouyaaqoub, o ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, já tinha declarado que a célula terrorista que fez o ataque em Barcelona tinha sido “desmantelada”. Dos 12 envolvidos, quatro foram presos até agora em conexão com os ataques: três marroquinos e um cidadão do enclave espanhol norte-africano de Melilla. Eles serão levados para a Suprema Corte, em Madri, que tem jurisdição sobre assuntos de terrorismo. Do restante, cinco foram mortos quando tentaram um segundo ataque com uma van na madrugada de quinta para sexta (18) em Cambrils (100 km ao sul de Barcelona).

O veículo em que eles estavam entrou em alta velocidade em uma rua cheia de pedestres, deixando sete feridos e matando uma pessoa, antes dos suspeitos serem mortos pelos policiais. Os outros dois suspeitos teriam morrido após uma explosão acidental de uma casa em Alcanar (170 km ao sul de Barcelona) na quarta (16). Autoridades investigam se o local servia para o grupo produzir bombas. Ao todo, 15 pessoas foram mortas pelos suspeitos de terrorismo na Espanha na semana -13 atropelados em Barcelona, um em Cambrils e o motorista morto por Abouyaaqoub na fuga. Foi o maior ataque do gênero em território espanhol desde 2004, quando uma série de explosões nos trens de Madri deixou 192 mortos.