DANIEL CARVALHO, ENVIADO ESPECIAL GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – O Ministério Público recomendou neste sábado (21) a internação provisória por 45 dias do adolescente de 14 anos que matou dois colegas e feriu outros quatro ao efetuar ao menos 11 disparos, na sexta-feira (20), na sala de aula em que estudavam. A expectativa do promotor de Justiça da vara criminal Cássio de Sousa Lima é que a Justiça decida sobre a internação até segunda-feira (23). A punição máxima é de três anos de internação. Como os pais do garoto são policias militares, o promotor pediu que ele não fosse colocado em meio a pessoas consideradas perigosas para evitar represálias. O promotor ouviu o garoto e o pai dele na tarde deste sábado. A mãe do adolescente passou mal na sexta-feira e está internada desde então, por isso ainda não foi ouvida, segundo Sousa Lima. O promotor disse que o rapaz estava tranquilo, mas demonstrou arrependimento pelo que fez. Sousa Lima afirmou ainda que o pai estava “consternado”. O jovem pegou a arma utilizada pela mãe. Para o promotor os pais do adolescente não foram omissos. “Segundo foi relatado pelo menor infrator como pelo pai, a arma estava bem escondida em gaveta trancada. Ele vasculhou a casa até encontrar. Acredito que não foi omissão por parte dos pais”, afirmou o promotor ao deixar a delegacia onde o jovem está desde que foi apreendido. O CASO Segundo a polícia, o adolescente se inspirou em duas outras tragédias envolvendo atiradores em escolas massacre de Columbine, em 1999, nos EUA, e o de Realengo, em 2011, no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, o estudante usou uma pistola .40 da mãe que, assim como o pai, é policial militar em Goiás. Investigadores dizem que o adolescente esvaziou um carregador e deu mais um tiro de um segundo carregador. O adolescente disse à polícia que ninguém o tinha ensinado a atirar. A polícia afirma que ao menos 11 tiros foram disparados. O menino disse à polícia que matou os colegas porque sofria bullying. Gonzaga Júnior não quis entrar em detalhes, mas colegas disseram que ele era chamado de “fedorento” por não usar desodorante. A polícia informou que o adolescente foi contido pela coordenadora da escola. Ele também apontou a arma para a própria cabeça, mas ela o convenceu a não disparar. Ele então atirou no chão e pediu para que a profissional chamasse a polícia. A polícia disse que ele travou a arma, mas não a entregou à coordenadora, que o levou à biblioteca e chamou a polícia. Os dois meninos mortos foram enterrados na manhã deste sábado.