No dia D de Combate à Dengue, celebrado nesta sexta-feira (8), a Secretaria de Estado da Saúde reuniu o comitê estadual e autoridades nacionais para mobilizar a sociedade no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e diversas outras doenças. O encontro foi transmitido por videoconferência para as 22 Regionais de Saúde e contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde e autoridades locais e regionais.

A dengue é uma doença cíclica e os cuidados com a eliminação de criadouros do mosquito transmissor não podem parar. A redução drástica do número de casos no Paraná neste ano dá ao cidadão a falsa impressão de que não há risco de novos casos, o que faz com que as pessoas relaxem nos cuidados necessários. Isso não pode acontecer, ressaltou o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde, Sezifredo Paz.

No período epidemiológico entre agosto de 2015 e julho de 2016, foram registrados no Paraná 56.351 casos de dengue, a pior epidemia enfrentada no Estado. Já no período que vai de agosto de 2016 a julho de 2017, esse número caiu para 870 casos.

Os últimos dados do boletim da dengue, divulgado pela Secretaria e atualizados em 21 de novembro, mostram que a partir de agosto deste ano foram confirmados apenas 191 casos. A vigilância dos profissionais de saúde e da população deve ser mantida para evitar novas epidemias, reforça Sezifredo.

O coordenador-geral dos programas nacionais de controle e prevenção da malária e das doenças transmitidas pelo Aedes, Divino Martins, representante do Ministério da Saúde, disse que a saúde pública é feita pelo governo, mas precisa ter a participação do público. Segundo ele, a única forma de haver um controle efetivo da doença é com o envolvimento de todas as áreas da sociedade.

 Se cada cidadão tirar 10 minutos do seu dia para identificar possíveis focos do mosquito em sua residência, diminuímos muito as chances do aparecimento da dengue. O Dia D são todos os dias e todos temos que participar, enfatizou Martins.

CAMPANHA

A nova campanha da secretaria foca justamente no cuidado semanal. Os panfletos orientativos incentivam a população a fazer a vistoria em locais como ralos, calhas, caixas d’água, vasilhas para animais, lixos e entulhos. O material será distribuído em todo o Estado.

 Os cuidados para evitar a dengue muitas vezes são simples. Apesar do mosquito ser encontrado em diversos lugares, ações como evitar água parada, tanto em vasos, ou até tampinhas de garrafa no quintal, já ajudam a afastar esta doença, diz a chefe da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.

ÍNDICE

Além de ações educativas, a Secretaria de Estado da Saúde incentiva que todos os municípios do Estado façam o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), um método para verificar de maneira ágil a quantidade de focos do mosquito nos municípios. A conta é simples: divide-se o número de residências fiscalizadas pelos agentes comunitários de saúde pelo número de focos por eles encontrados e, assim, chega-se a um índice.

O Ministério da Saúde recomenda que este índice não seja maior de 1%. Quando este índice é maior ou igual a quatro, o município está em sinal de alerta epidemiológico. No último LIRAa feito pelos municípios paranaenses, 20 das 380 cidades que realizam a pesquisa apresentaram índices maiores do que 4%.

 Vinte municípios com este índice elevado do LIRAa é o primeiro passo para uma epidemia. Não podemos descuidar nunca. Mais uma vez digo que a população precisa entender os perigos que a dengue causa e fazer sua parte para combater os focos do mosquito, afirmou Sezifredo Paz.