GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Cotado para assumir o Ministério do Trabalho, o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) disse nesta quarta-feira (3) que aceitaria um eventual convite do presidente Michel Temer, mas antes precisa conversar com o comando nacional do PTB. Segundo ele, é necessário saber primeiro quais são as expectativas e metas da sigla na pasta. Ele disse que terá uma conversa com o partido para discutir o assunto. “Eu aceitaria o convite desde que isso fosse resolvido. Não quero ocupar o espaço para ganhar cargos. Eu quero saber quais são as metas e focos da legenda na pasta, para ajudar o país”, disse. Para ele, o partido deveria ter apoiado o nome do deputado federal Pedro Fernandes (PTB-MA) e “não aceitado a ingerência do ex-presidente José Sarney”. Ele se referia à informação, divulgada pelo próprio Fernandes, de não tomaria posse devido “ao embaraço” que ele poderia criar na relação entre Temer e o ex-presidente. Sarney nega que tenha vetado a nomeação do deputado. O parlamentar chegou a ser sondado no final do ano passado para assumir o posto, mas recusou na época. Agora, é citado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, como o favorito do partido para assumir o cargo. Nesta quarta-feira (3), o nome dele será discutido pelo presidente do partido com o presidente Michel Temer, em reunião no Palácio do Planalto. O encontro ocorre após o presidente ter desistido da nomeação de Fernandes após a pressão de Sarney, do campo político adversário ao do parlamentar no Maranhão. Segundo Jefferson, a bancada da legenda se reunirá ao fim do recesso parlamentar para fechar um nome que será indicado a Temer. POLÊMICA Em 2009, Moraes causou polêmica ao dizer que estava “se lixando para a opinião pública” quando defendeu o ex-deputado federal Edmar Moreira, que ficou conhecido por ter sido dono de um castelo no interior de Minas Gerais. Ele era o relator no conselho de ética de acusação contra o mineiro por suposta apresentação de notas falsas ao justificar o uso de verba indenizatória. Com a declaração, Moraes acabou trocado da função. Em 2016, ele também criou polêmica ao sair em defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava Jato. A possibilidade dele ser indicado tem sido criticada por auxiliares presidenciais, segundo os quais a nomeação de Moraes causaria mais um desgaste ao presidente e ampliaria ainda mais a crise política criada com a recusa a Fernandes.