SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ursula K. Le Guin, escritora imensamente popular entre os fãs de ficção científica e fantasia por livros como “A Mão Esquerda da Escuridão”, morreu na segunda-feira (22) em sua casa em Portland, nos EUA, aos 88 anos.
O filho da escritora, Theo Downes-Le Guin, confirmou a morte. Ele não especificou a causa, mas afirmou que a mãe vinha sofrendo de problemas de saúde havia meses.
Le Guin abraçou os temas dos gêneros que escolheu: feitiçaria e dragões, naves espaciais e conflitos planetários. Mas mesmo quando seus protagonistas são do sexo masculino, eles evitam a postura machista de tantos heróis de ficção científica e de fantasia. Os conflitos que enfrentam são tipicamente enraizados em um choque de culturas e eles são resolvidos mais pela conciliação e por autosacrifício do que por meio de espadas ou batalhas espaciais.
Os livros de Le Guin foram traduzidos para mais de 40 idiomas e venderam milhões de cópias. Vários, incluindo “A Mão Esquerda da Escuridão” (Aleph), que se passa em um planeta onde as distinções de gênero habituais não se aplicam, foram impressos por quase 50 anos. O crítico Harold Bloom classificou a escritora como “uma criadora soberbamente imaginativa e uma grande estilista” que “colocou a fantasia na alta literatura em nosso tempo”.
Além dos mais de 20 romances, Ursula K. Le Guin escreveu vários livros de poesia, mais de 100 contos (em múltiplos volumes), sete coleções de ensaios, 13 livros para crianças e cinco volumes de tradução, incluindo “Tao Te Ching” de Lao Tzu e poemas selecionados pela chilena Gabriela Mistral, ganhadora do Nobel. Le Guin também escreveu um guia para escritores.