SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após o deslizamento de uma montanha de lixo de dez metros de altura em Maputo, capital de Moçambique, nesta segunda-feira (19). O desmoronamento aconteceu por volta das 4h locais (23h de domingo em Brasília) após intensas chuvas e soterrou sete casas no bairro pobre de Hulene. As construções haviam sido feitas de forma irregular, e o governo já havia pedido que os moradores deixassem o local. “O monte de lixo colapsou sobre as casas e muitas famílias anda estavam dentro”, disse Fatima Belchoir, funcionária do serviço de defesa nacional. “As autoridades estão tentando ajudar as pessoas que perderam suas casas.” “Foram recuperados 17 corpos. Tememos que mais possam estar desaparecidos. Vamos continuar buscando sob a pilha de lixo”, afirmou Despedida Rita, conselheira do distrito de Ka Mavota. “A informação que recebemos das autoridades locais é que o número de pessoas vivendo naquelas casas excede o número de mortes registradas”, afirmou Leonilde Pelembe, porta-voz do serviço de emergência. O depósito de lixo de Hulene é a maior do tipo em Maputo. Moradores escavam o lixo em busca de comida e de itens para vender. Autoridades de saúde alertavam para o impacto de gases tóxicos, moscas e outros perigos do depósito para a comunidade, e o fechamento do local vinha sendo discutido. Um novo aterro sanitário está sendo construído em outra área de Maputo. “Moro aqui porque não tenho para onde ir. Se o governo tivesse me dito para ir viver em outro lugar, eu teria saído”, afirmou à BBC Maria Huo, cujo filho ficou ferido no deslizamento.