FABRÍCIO LOBEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão João Doria divulgou nesta sexta-feira que a cidade de São Paulo fechou o ano de 2017 com uma redução de 6,8% nas mortes de trânsito. Ao todo, o ano registrou 796 mortes do tipo, o que segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) é o menor número desde 1979.
A redução é menor do que a sentida entre os anos de 2015 e 2016, quando o número de mortes caiu 13,9%, e entre 2014 e 2015, com queda de 20,6%. Os índices estão na contramão do aumento de mortes identificado nas marginais Tietê e Pinheiros.
Em 2017, os pedestres foram as vítimas mais frequentes no trânsito. No total, foram 331 mortes (contra 343 em 2016). Em segundo lugar, estão os motociclistas, com 310 mortes (contra 317 em 2016). Os ciclistas foram a única categoria do trânsito que viu o número de mortes subir, de 30 para 37.
Os números são próximos da base de dados Infosiga, mantida pelo governo do Estado que indicou uma redução de 7,06% de mortes na cidade em 2017. Os dois levantamentos têm metodologias diferentes, como o tempo em que acompanham o estado de saúde de uma vítima no hospital.
MARGINAIS
A CET ainda apresentará os dados de acidentes totais (sem vítimas) e acidentes com vítimas não fatais. A companhia também mostrará uma análise das mortes por avenida.
Até agora, sabe-se, porém, que o número de mortes nas marginais Tietê e Pinheiros aumentou pelo menos 23% entre 2016 e 2017, segundo uma prévia dos dados divulgada pela CET. O número passou de 26 para ao menos 32 mortes nessas vias. Leia o perfil de 27 das 32 vítimas nas marginais em 2017.
As vias foram as únicas na cidade que tiveram seus limites de velocidade aumentados, após uma promessa eleitoral feita pelo atual prefeito João Doria (PSDB). A medida foi tomada, apesar do alerta de especialistas de que velocidades mais baixas nas vias evitariam mais mortes.
A CET e a gestão Doria, apesar do aumento de vítimas, dizem ter convicção de que as mortes não tiveram relação com o aumento das velocidades nas pistas. A companhia lista a imprudência e a inexperiência como fatores mais relevantes.
Uma reportagem da Folha de S.Paulo em novembro mostrou que não há dados técnicos e objetivos capazes de isentar a velocidade como componentes dos acidentes com mortes nas marginais.