SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Carlos Alexandre Braga, recém-empossado comandante geral da Guarda Civil Metropolitana, será mantido no cargo apesar da denúncia pelo desvio de R$ 200 mil dos cofres públicos. A informação foi dada nesta sexta-feira (23) pelo secretário municipal da Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues de Oliveira.
O secretário negou haver constrangimento em manter o comandante no cargo durante a apuração. “A gente respeita o Ministério Público. Agora, eu não posso puni-lo antecipadamente”, disse Oliveira.
Braga foi nomeado em fevereiro pelo prefeito João Doria (PSDB) como novo comandante da guarda. Na última quarta-feira (21), a Folha de S.Paulo revelou que ele é réu pelo desvio de verbas federais, ocorrido em Paraguaçu Paulista (442 km de São Paulo), em 2007.
“Ele [Braga] é um bom profissional, tem uma ficha muito extensa. Ele vai ter que responder. [Se] Provado que existiu culpa, foi condenado, é outra coisa”, afirmou o secretário à reportagem. “Mas até que se prove o contrário ele é inocente.”
Oliveira disse ainda que a secretaria abrirá um procedimento interno para apurar as denúncias -como secretário, ele é o superior direto do comando da guarda. “Ele vai se defender. Como toda pessoa merece ser ouvido. Deve ser célere isso, e a gente vai apresentar as providências.”
Segundo a denúncia do MPF, uma associação de guardas presidida por Braga venceu uma licitação no valor de R$ 222.560 para realizar a capacitação dos agentes em Paraguaçu. Foram realizadas porém, ainda segundo a Procuradora, apenas 40 horas de aula, e outras 1.680 teriam sido simuladas, com a falsificação de listas de presença.
Em entrevista nesta sexta ao SP 1, da TV Globo, Carlos Alexandre Braga declarou não ter havido fraude na realização do curso aos guardas. “Todos foram realizados”, afirmou. O comandante disse que ainda não foi notificado e que prestará os esclarecimentos necessários.