A celebração da Páscoa acontece no domingo, dia 5 de abril. Alerta máximo para prática irresponsável de presentear crianças com coelhinhos nesta data. Já não bastam os ovinhos de chocolate? Parece que não. De acordo com a médica veterinária e criadora de mini-coelhos e coelhos anões,  Emanuele Pfeiffer,  a maioria dos clientes compra por mero impulso, por ser algo diferente. “Já recolhemos filhotes nas lixeiras, jogados em parques, dados a pessoas para abate, logo após a Páscoa, tudo por irresponsabilidade e descaso com a vida”, lembra.

 

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Emanuele com sua coelha Layra, da raça anã Teddy Dwerg, de 8 meses de idade

 A especialista recomenda que não sejam procurados coelhinhos baratinhos para enfeite. “Desses existem vários de pelúcia à venda. Se querem um coelhinho, tenham sim mas com responsabilidade amor e carinho. De preferência, que todos da família concordem em ter um orelhudo, amando e tratando como o novo integrante que exige cuidados adequados à espécie”, orienta.

E para ter um coelho são recomendados vários cuidados. “É obrigatório uma gaiola completa com bebedouro e comedouro, descanso de patas e brinquedo para roer, isso para manter ele bem colocado. Acrescentamos aos bons cuidados também uma alimentação completa especifica para lagomorfos pet (não recomendo rações convencionais, pois a grande maioria é para animais de abate)”, diz o veterinário Rodrigo Richter, especializado em animais exóticos e pequenos animais. Segundo ele, os coelhos são animais indicados também para crianças, desde que com a presença de adultos para que não haja acidentes. Lembrando que das raças de minicoelhos e coelhos anões, existem algumas mais dóceis e tranquilas!

 

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Gema, a coelhinha que não foi comprada por impulso

 SIGNIFICADO – O teólogo e professor da PUCPR, Luiz Alexandre Solano Rossi, explica que a Páscoa traz à mente passagem. No Antigo Testamento tratava-se da libertação da violência do império para caminhar em direção à construção de uma nova sociedade de libertos e de celebração da vida. “Para os cristãos, se relaciona com a ressurreição de Jesus. Uma ressurreição que leva a pensar a vida no contraponto da morte, mas não somente a morte que é natural para cada um de nós e sim na ressurreição. A importância da ressurreição também reside na alegria do túmulo vazio. Jesus não é apenas um líder religioso. Trata-se do  único que ressuscitou. Vence, portanto, as forças da morte e o próprio limite da história a fim de solidariamente viver em nós e por nós”, esclarece.

COELHOS E OVOS – De acordo com Rossi, desde o Egito antigo que o coelho é considerado símbolo da fertilidade por conta de sua capacidade de reprodução. Daí derivam os ovos que remetem ao novo ser que nascerá. O chocolate faz parte de uma história mais recente. “Muito possivelmente a associação de doces com a páscoa aconteça pelas conotações de satisfação derivada do consumo de açucares e, mais especificamente, para a satisfação das indústrias de chocolate”.

Sobre envolver as crianças nesta celebração, na qual o foco geralmente fica nos ovos de Páscoa, o teólogo dá a dica: “a principal catequese sempre acontece dentro de casa tendo pai e mãe como os primeiros sacerdotes de seus filhos. Rezar com eles todos lambuzados de chocolate faz um bem muito grande tanto para os pequeninos quanto para os adultos”, finaliza o teólogo.