Eis a SEGUNDA PARTE da pesquisa com o senador Osmar Dias (PDT-PR) realizada no início da tarde de hoje.

“O que posso dizer é que houve uma tentativa de convencimento para que Derli Donin desistisse da candidatura, sem sucesso”

“Eu pensei em transferir o domicílio eleitoral para Curitiba, mas acabei desistindo”

“Quem quer peixe vai na peixaria. Pesquisa tem para todo gosto”

“Com o Beto a conversa é franca. Minha indagação para ele é a seguinte: ‘Nós vamos estar juntos em 2010 ou não vamos estar juntos?’ Por enquanto, essa parte é um monólogo”

“A aliança de 2008 é parte de 2010”

A ENTREVISTA

BLOGO – Senador, falemos da eleição do ano passado. Há pouco, o presidente do PSL, Antônio Forte, que o atacou durante o primeiro turno, foi acusado de pedir contribuições aos filiados. Contribuições que deveriam ser depositadas na conta particular dele. O episódio ressuscitou o caso de Derli Donin (PP), vice em sua chapa, e que foi o principal alvo de Forte na eleição. O senhor não pensou em substituí-lo?
OSMAR –
Pensei, mas não me cabia decidir. Teria que ser uma decisão unilateral. Ele teria que renunciar. O que posso lhe afirmar é que houve uma tentativa de convencimento sem sucesso. De qualquer forma, eu tinha convição de que ele era inocente. E o tempo provou isso. Dos processos que ele respondia cinco já foram arquivados.

BLOGO – Onde é que a coligação falhou?
OSMAR –
Faltou ênfase na resposta. Creio que o Forte agiu como uma espécie de cobaia de laboratório para a equipe do Requião num primeiro momento e a falta de uma resposta contundente acabou levando o assunto para o segundo turno

BLOGO – A decisão de escolher o Derli Donin foi sua ou dos partidos que formavam a coligação?
OSMAR –
 Foi uma decisão conjunta. Havia uma lista e vários nomes foram citados. Ney Leprevost, Cida Borghetti, mas o nome escolhido foi o Donin. A Cida era complicado porque ela é da mesma cidade que eu, Maringá. Se bem que eu pensei em transferir o domicílio eleitoral para Curitiba.

BLOGO – O senhor pensou?
OSMAR –
Pensei, mas depois desisti.

BLOGO – Dizia-se que o nome de Donin havia sido imposto porque, do contrário, ele seria  candidato a deputado estadual e poderia ameaçar a reeleição de deputados do partido na região de Toledo.
OSMAR –
É verdade.

BLOGO – Passado um ano da eleição, como o senhor explica a disparidade entre as pesquisas e o resultado das urnas?
OSMAR –
Eu sempre tive um pé atrás com as pesquisas. Cheguei a apresentar um projeto no Senado que proibia a divulgação de sondagens eleitorais 15 dias antes do pleito. O projeto foi aprovado, mas depois vetado pelo presidente Lula. Existem aqueles que acham que podem ser candidatos fazendo pesquisa. É como dizem: “quem quer peixe vai à peixaria”. No caso das pesquisas é a mesma coisa. Tem para todo gosto.

BLOGO – Quem crê muito nas pesquisas é o senador Alvaro Dias (PSDB) – irmão de Osmar.
OSMAR –
É, ele mesmo.

BLOGO – O PDT está discutindo alianças para 2008?
OSMAR –
Eu estive no encontro do DEM, no sábado passado, e houve um convite para que o partido venha a integrar uma chapa. Agora, eu tenho um caminho trilhado com o PSDB e o Beto Richa e há uma discussão para que o PDT venha a indicar o vice na chapa. Com o Beto a conversa é franca. Minha indagação para ele é a seguinte: “Nós vamos estar juntos em 2010 ou não vamos estar juntos?”

BLOGO – E o que ele tem respondido?
OSMAR –
Nesse caso, é mais um monólogo. Todos sabem, por exemplo, da minha diferença com o vice (Luciano Ducci). Qual o caminho que ele vai seguir? Em 2004, ele subiu em todos os palanques dizendo que iria me apoiar. Em 2006, foi para o outro lado (de Requião). Quando você pensa que perdeu por uma diferença de 10 mil votos e poderíamos ter diminuído essa diferença se ele (o vice) estivesse do nosso lado a coisa se complica.

BLOGO – O apoio em 2008 está condicionado a 2010?
OSMAR –
Eu diria que faz parte da aliança.