Sei lá há quanto tempo não lia um bom texto na “Gazeta do Povo” – foi quando o Londrina sagrou-se campeão? Pois este é obrigatório. Em deliciosas linhas, o repórter especial José Carlos Fernandes faz um relato picaresco do que será a Ilha de Cuba sem El Comandante sob o título “Fidel e a Tartaruga”  Eu reproduziria o texto na íntegra, mas como gente do jornal (os sem-talento, é óbvio) andou me solapando as fuças com  a lei dos direitos autorais, deixo só um acepipe. Com gosto de quero mais.

“Circula uma piada muito boa na ilha de Fidel Castro. O comandante en jefe teria visto, certa vez, uma tartaruga nas mãos de um cubano. Interessado, perguntou quantos anos vivia um bichinho daqueles. ‘Uma tartaruga pode durar 400 anos, señor‘, disseram-lhe. O presidente cofiou a barba, ajeitou o boné verde-quartel e disse. ‘É por isso que não tenho animais de estimação. A gente se apega, depois eles morrem e é aquela tristeza.”

Quaquaquá.

Dois pequenos comentários. Nem nas catacumbas do saber, eu adivinharia que “quelônio” refere-se a tartaruga. A surpresa foi tão grande quanto ler um conto de Dalton Trevisan e descobrir que quirodáctilo é “dedo da mão”.

Outro. Fernandes cometeu só um deslize. E de grife. Coisinha, assim, capitalista. O agasalho usado (e abusado) por Fidel não é da marca Nike, mas da Adidas. Os alemães não perdoariam. Eu perdôo.

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