Por mais que os envolvidos não admitam, por trás do impasse envolvendo o transporte coletivo de Curitiba estão desde já as articulações para a eleição na Capital no ano que vem. De um lado está o prefeito Gustavo Fruet (PDT), desde já candidato à reeleição. Do outro, o grupo do governador Beto Richa (PSDB), que quer recuperar o poder na Capital, e para isso trabalha para desgastar Fruet ao máximo, colocando na conta do prefeito os problemas do sistema, e o provável novo aumento de tarifas que deve vir em fevereiro, com o reajuste dos salários dos motoristas e cobradores.

Ontem, outros dois “atores” desse processo comentaram a crise – os ex-prefeitos Luciano Ducci (PSB) e Rafael Greca (PMDB). Não por acaso, ambos candidatos derrotados há dois anos na eleição para a prefeitura, que sonham em voltar à cena. Ducci disse esperar “que o bom senso e consenso prevaleça nas discussões entre os governantes e os sindicatos e a situação se normalize, com o fim rápido da greve”, e “que a solução do impasse do transporte coletivo da Grande Curitiba não resulte no aumento das tarifas, prejudicando a população já penalizada pelas altas da gasolina e do IPTU e tantos outros impostos”. Já Greca divulgou vídeo no qual fala que a integração do transporte entre Curitiba e região Metropolitana é uma conquista histórica de caráter social que não pode ser colocada em risco. Ducci já sinalizou que pretende disputar novamente a prefeitura, em 2016, e Greca – que fez cem mil votos em 2012 – é um “eterno candidato” pelo PMDB.