alvaro dias
Foto: Pedro Carrano/Brasil de Fato Paraná/divulgação

Aproximadamente 40 integrantes da Frente Brasil Popular fizeram um “escracho” na manhã desta quinta-feira (11) em frente ao apartamento do senador Álvaro Dias (PV), no bairro Água Verde, em Curitiba. Com faixas, cartazes e adesivos, os manifestantes picharam o asfalto e fizeram críticas ao senador paranaense por ter votado favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). Durante protesto, os jovens ressaltaram que Dias foi o primeiro parlamentar a apoiar o afastamento no Paraguai do presidente Fernando Lugo, em 2012.

“Foi pelo Dia do Estudante, jornada da juventude camposa, juventude que luta. Optamos por fazer esse escracho anunciando que Alvaro Dias vem prejudicando o povo paranaense, citado na Lava Jato, tem histórico de violência criminalizando movimentos do campo e da cidade. E pelo total apoio dele ao ‘golpe’. Não fizemos nada fora da legalidade, um ato de publicidade”, disse o coordenador de comunicação da Frente Wellington Lima.

No Facebook, o senador publicou nota em que diz ter sido alvo da “tropa de choque de Dilma Rousseff”. “Cerca de quarenta militantes da tropa de choque de Dilma Rousseff promoveram triste e incivilizado espetáculo em frente ao prédio onde moro em Curitiba. Com pichações em muros e asfalto , cartazes nos postes extravasaram o desespero diante da condenação imposta aos artífices principais da corrupção e seus dedicados coadjuvantes. Perdem o tempo. O impeachment é irreversível por imposição do povo brasileiro que quer virar essa página de incompetência e desonestidade escrita por aqueles que assaltaram o país e o levaram a essa tragédia política”, escreveu.

Wellington Lima nega que o grupo tenha cometido qualquer ilegalidade. “Não escrevemos nos muros. escrevemos no asfalto. Teve inclusive gente do prédio que jogou ovo, jogou outras coisas na juventude lá embaixo”, diz.

Dos três senadores eleitos pelo Paraná, dois foram contrários ao processo de impeachment e apenas Alvaro Dias favorável. Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) discursaram a favor do governo Dilma durante a votação que determinou o julgamento da petista.

No Senado, Dias defendeu a tese de que houve, sim, crime de responsabilidade – o que embasa o impedimento de qualquer presidente. Os senadores favoráveis ao impeachment alegam que Dilma cometeu ‘pedaladas fiscais’ e também editou irregularmente decretos de suplementação orçamentária. Na votação, Alvaro Dias classificou de “desastre administrativo” o governo federal dos últimos anos.

“Esse processo do impeachment não começou agora, começou há alguns anos. Em 2005, em meio ao escândalo do Mensalão na CPI dos Correios, sugeri o impeachment do presidente Lula. Naquele momento, em alta popularidade, não consegui apoio”, discursou.

A aprovação da abertura de processo de impeachment de Dilma Rousseff aconteceu às 6h34 desta quinta (10). Foram 55 votos a favor e 22 contra. Com a decisão, ela fica afastada do mandato por até 180 dias, até o julgamento final pelo Senado.