GRACILIANO ROCHA, ENVIADO ESPECIAL
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se recusou a responder as perguntas dos promotores Cassio Conserino e José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo.
O depoimento era sobre o apartamento tríplex no edifício Solaris, em Guarujá, reformado pela empreiteira OAS e reservado para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula tem reiteradamente negado a propriedade do imóvel.
Os investigadores viajaram a Curitiba, onde o petista está preso desde abril do ano passado, para interrogá-lo, mas ele permaneceu em silêncio enquanto os promotores fizeram cerca de 50 perguntas.
Vaccari presidiu a Bancoop, cooperativa controlada pelo Sindicato dos Bancários que iniciou a obra do Solaris. Após a quebra da Bancoop, a OAS, empreiteira com forte atuação em obras públicas, assumiu e concluiu a obra. A investigação apura se Lula foi indevidamente beneficiado pela construtora. A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, tem um inquérito sobre eventuais benefícios ao ex-presidente por firmas suspeitas de participar do esquema de corrupção na Petrobras.
O silêncio de Vaccari não foi surpresa. A defesa dele já havia informado ao juiz Sergio Moro, que autorizou o deslocamento do petista para depor, que ele não responderia aos questionamentos.