bebeNão tem jeito, amiga. Se você tem um perfil no Facebook, é só o teste dar positivo que vão te convidar para um monte de grupos de mães. Tem grupo pra tudo quanto é gosto, tamanho e ideologia. Mas uma quantidade significativa é só isso: grupo de mães que trocam informações via rede social.

É nesse tipo de grupo que, no troca-troca de mensagens, a gente descobre rapidinho que o mundo lá fora é muito, muito estranho. Então para te preparar para o que vem por aí segue abaixo meu guia dos grupos de mães. Vá colecionando as figurinhas que rapidinho você completa o álbum:

 

1. A mãe desesperada.

Mensagem padrão: “Amigas, meu filho está com 39o de febre e não está comendo. Alguém já passou por isso? Dicas?”

Nota da autora: se seu filho está com 39o de febre, LARGA O FACEBOOK e 1) liga rapidinho para o pediatra ou 2) siga a orientação que o pediatra já passou para esses casos ou 3) vá para o pronto-atendimento.

 

2. Mãe “eu to num grupo de mães, mas posso perguntar qualquer coisa”

Mensagem padrão: “Não sei se pode postar aqui, mas alguém tem indicação de [qualquer tipo de serviço ou comércio possível]?”

Nota da autora: perguntar não ofende, né?

 

3. Mãe “estou precisando desabafar”

Mensagem padrão: “Hoje aconteceu uma coisa que PRECISO compartilhar com vocês. [segue relatório longo  e cheio de palavras em CAIXA ALTA sobre problema com médico, hospital, plano de saúde, sogra, vizinho, padeiro, marido – o céu é o limite]”

Nota da autora: um dia você também vai ser uma. Aguarde.

 

4. Mãe “vamos falar de sexo”

Mensagem padrão: “Meninas (olha o tom de intimidade com um bando de gente que você não conhece, exceto pela foto do Facebook), não sei se alguém já postou sobre isso, mas aqui em casa [segue descrição com uso intenso de figuras de linguagem e sinônimos sobre a vida sexual pós filho]. É assim mesmo?”

Nota da autora: É assim mesmo. E pare de compartilhar detalhes sobre a sua vida sexual com estranhos. E sim, vai aparecer alguma mãe nos comentários que vai dizer que faz mais sexo agora do que antes do filho. Ela provavelmente tem duas babás e uma folguista e não trabalha fora.

 

5. Mãe que bota ordem na casa

Mensagem padrão: “Mães, estou vendo que muitas estão desrespeitando a regra X, Y e Z do grupo. [segue defesa apaixonada das regras e das moderadoras do grupo acompanhada de apelo pelo bom senso coletivo]”

Nota da autora: todo mundo tem seu Pol Pot interior.

 

6. Mãe “não sei o que é que to fazendo”

Mensagem padrão: “Mães, meu filho [segue descrição detalhada e cheios de erros de português de problema de saúde real ou imaginário]. Alguém já passou por isso?”

Nota da autora: futura mãe, antes de comprar a lista do enxoval, por favor, escolha um pediatra decente pro teu filho que atenda celular em casos de emergência e que seja paciente. Pediatra é um cara legal que estudou anos para responder a dúvidas como as que se postam frequentemente em grupos de mães no Facebook. Use e abuse.

 

7. Mãe moderna

Mensagem padrão: “Meninas, com quantos meses posso dar Mucilon/Nescau/Danoninho/veneno de rato/cheddar/bacon para o bebê?”

Nota da autora: Pare o mundo que eu quero descer.

 

8. Mãe revoltada

Mensagem padrão: Link para notícia polêmica acompanhada de análise rasa da situação cheia de clichês, lugares- comuns e apelos a sentimentalismo. Normalmente composta por algumas das seguintes frases: “direito humano é o meu de…”, “bolsa vagabundo”, “não apanha em casa e vai apanhar na rua”,

Nota da autora: Pare o mundo que eu quero descer 2.

 

9. Mãe genial

Mensagem padrão: “Mães, onde é que eu encontro Nosefrida/Densitin/negócio da Johnson’s pra por na água do banho/urânio enriquecido para vender no Brasil?”

Nota da autora: sem comentários

 

10. Mãe econômica

Mensagem padrão: “Meninas, onde é que eu encontro [qualquer coisa] para vender bbb?”

Nota da autora: gente, vamos combinar que ninguém quer pagar caro? Então até segunda ordem, quando alguém quer comprar, a gente vai super que ela quer o melhor preço? Beleza?

 

11. Mãe em dúvida

Mensagem padrão: “Meninas, é normal [foto desfocada de uma parte do corpo seguida de descrição detalhada do problema]”

Nota da autora: Não, não é.