Uma quadrilha foi desarticulada na manhã dessa segunda-feira (09), suspeita de fraudar Seguro DPVAT, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais. Os suspeitos se associavam de maneira permanente para a prática dos crimes de estelionato, falsidade documental e crime contra a relação de consumo.

Os suspeitos estavam sendo investigados há cinco meses pelos policias do 7º Distrito Policial (DP). A operação da Polícia Civil, nomeada Operação Fraus contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

Quatro pessoas foram presas, um policial militar, de 44 anos; a esposa do PM, de 36 anos; a irmã do PM, 49 anos e uma funcionária da empresa investigada, de 28 anos. A empresa de propriedade da esposa do PM foi fechada.

Os mandados de busca e apreensão e prisão foram cumpridos na empresa e nas residências de cada envolvido. O casal e a irmã foram presos, no bairro Sitio Cercado, já a funcionária, no município de Araucária. Durante a operação, os investigadores apreenderam documentos e computadores utilizados para a prática dos crimes.

Segundo o delegado titular do 7º DP, Matheus Laiola, havia diversos procedimentos investigatórios envolvendo a prática delitiva e a mesma empresa registrados na delegacia. Designamos investigadores para cuidar dos casos e descobrimos a prática de diversos crimes praticados pelos suspeitos. Os modus operandis da empresa era quase sempre o mesmo. Prestavam assistência a vítima logo na saída do hospital e falsificavam o procedimento de sinistro do seguro para ficar com grande parte dele, afirmou Laiola.

Para que o seguro fosse pago as vítimas, a quadrilha fraudava diversos documentos, como boletins de ocorrência e documentos médicos, informações obtidas por funcionários do hospital e pela polícia. A quadrilha cobrava de 20% à 30% para efetuar a assessoria. O valor total de cada indenização podem variar de R$ 2.700 (caso de despesas médicas) à R$ 13.500 reais (casos de invalidez ou morte).

O delegado lembra ainda que além dos suspeitos abordarem as vítimas na saída do hospital, eles usavam o meio telefônico oferecendo os serviços. Os suspeitos davam toda assistência para as vitimas, para que eles não desconfiassem de nada. Porém tudo não passava de uma fraude, completa Matheus.

De acordo com as investigações, muitas vezes o acidentado sequer precisava ir fazer avaliação médica, ou, quando ia, era orientado a reclamar de dor ou dizer que estava com dificuldade na locomoção. A investigação apontou também que os laudos médicos eram emitidos sem a presença da vítima.

Os envolvidos irão responder pelos crimes de associação criminosa, prática dos crimes de estelionato, falsidade documental e crime contra a relação de consumo, se condenados, poderão pegar até 18 anos de prisão. As investigações seguem com o objetvo de estabelecer a participação de outras pessoas envolvidas neste esquema criminoso.

A operação recebeu este nome porque fraus significa fraude em latim, que quer dizer enganar, induzir alguém em erro, burlar as leis vigentes.