Porfirio Menezes – Joqueta Jeane Alves nos matinais de Cidade Jardim

Passados dois meses da pandemia do novo coronavírus chegar de vez ao Brasil, podemos começar a fazer um balanço de como este vírus impactou e ainda vai impactar o turfe brasileiro. 

Passamos por diversas mudanças, tanto dentro quanto fora das pistas. Desde o fechamento, à falta de perspectiva, a ajuda aos profissionais, até a volta de todos os hipódromos brasileiros nesta semana, já que teremos corridas no Tarumã e na Madalena.

Não foi fácil. Os primeiros a sofrerem os impactos foram os profissionais. Sem corridas eles perdem grande parte de suas rendas, já que vivem de comissões. Porém, com auxílio de grandes proprietários e dos clubes eles vão “sobrevivendo”. 

Todos os clubes do Brasil anunciaram medidas para apoiar os profissionais, tanto em dinheiro quanto em auxílios, como cestas básicas e etc. A única exceção foi Cidade Jardim, que demonstrando muita coragem e grande força política, continuou dando carreiras independente das matérias tendenciosas da mídia. 

Cidade Jardim criou um modelo copiado no Brasil inteiro, onde somente os profissionais que estão trabalhando no dia podem entrar. Muito distanciamento (quando possível), máscaras, medidor de febre e álcool em gel.

Logo veio o Cristal, com o atuante Presidente José Vecchio Filho articulando junto à prefeitura a volta das provas. Mesmo com uma de suas rendas comprometidas devido ao fechamento do comércio, o Cristal bancou a volta e já ofertou duas reuniões. O movimento de apostas foi muito bom devido as circunstâncias e as carreiras gaúchas continuam firmes. 

Um pouco antes, a Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida – ABCPCC já havia feito algo muito interessante. Sabendo dos adiamentos dos Festivais do Grande Prêmio São Paulo e Brasil, antecipou seu festival para o fim de junho, garantindo ao menos um festival de relevância no primeiro semestre. 

Isso é útil porque o festival oferece cerca de R$ 1 milhão em prêmios. Quando um dinheiro alto desses chega aos criadores, proprietários e profissionais, o mercado do turfe é fomentado para o segundo semestre. 

Pelotas deu um show de coragem e transparência. Se não conseguiu uma ajuda financira alta para os profissionais, tratou de trabalhar para reabrir, o que aconteceu antes da Gávea. Sim, já tivemos duas reuniões na Tablada desde que o Covid-19 fechou tudo. Caminha a passos largos para se tornar grande no turfe brasileiro.

Por fim, tivemos a volta das corridas no Rio de Janeiro. Quando do primeiro cancelamento, um dia antes do ínicio de um conjunto de quatro reuniões, o espanto foi total. Talvez se ali fossem mantidos os páreos, não teríamos todo este “drama” para sua reabertura, que aconteceu há duas semanas. 

A dificuldade encontrada pelo Jockey Club Brasileiro para a reabertura foi enorme. Em uma das cidades mais atingidas pelo coronavírus, a Gávea teve sua confirmação das corridas aos 45′ do segundo tempo, via governo estadual. 

A prefeitura tentou barrar a volta, porém com situação e oposição trabalhando dentro do Palácio da Cidade, as corridas estão liberadas e, na semana passada, tivemos mais de R$ 1 milhão jogados em dois dias. Em meio a uma pandemia, temos que concordar que é um movimento muito substancial. 

Para a alegria dos profissioanis goianos, voltaram as corridas no último sábado. Aconteceram pela manhã, criando uma nova situação para que tenhamos apostas lá. Como o Jockey Club de Pernambuco alinhou uma parceria com o Jockey Club de Pelotas para utilizar sua plataforma de apostas online, o apostaturfe.com.br, a aproximação da Lagoinha com Pelotas é de suma importância para o crescimento de ambos. 

Também tivemos a volta da cancha reta, com a realização de uma penca em Cruz Alta. Existem vários eventos remarcados, que devem acontecer neste e no próximo mês. 

Na quinta-feira tem Tarumã, a partir das 13h45. No domingo volta Madalena. Assim, quando voltar Sobral teremos todos os principais hipódromos brasileiros dando provas. 

Impressionou também a força dos proprietários, uma vez que nestes dois meses e meio de Covid-19, foram movimetados quase R$ 15 milhões nos diversos leilões realizados no Brasil. O mercado dos leilões também teve que se adaptar. 

Os famosos “Leilão Internacional”, “Leilão Criação Nacional” e “Leilão Blood & Power” foram virtuais, com pouquíssimas pessoas in loco – apenas profissionais – para não causar aglomerações. Podemos dizer que em face do que estamos vivendo, foi um sucesso. 

Por fim, teremos alterações no calendário clássico brasileiro. O maior deles foi a transferência de maio para outubro do Grande Prêmio São Paulo. O Grande Prêmio Brasil pulou de junho para agosto e, como dito acima, o Festival da Copa dos Criadores foi antecipado para junho. 

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Talvez tenhamos um GP Brasil de portões fechados. Com certeza teremos um Festival da Copa dos Criadores com portões fechados. Infelizmente, agora em junho, poderemos ver a égua Mais Que Bonita se tornar Tríplice Coroada Carioca sem público, semelhante ao que aconteceu com Etê Kaluanã no Cristal. 

A atividade turfística, pelo pequeno contato entre pessoas, está sendo o esporte que mais rápido retornou às atividades no mundo. Na América do Sul apenas Chile e Argentina não voltaram, de resto teremos corridas nas principais praças. O mesmo acontece na Europa e Estados Unidos, onde vários hipódromos estão anunciando a retomada das atividades. 

O sacrifício está sendo grande, contudo, o turfe brasileiro está se saindo muito bem frente à pandemia. Fruto do esforço de todos para que esta nobre e linda atividade não pare. Estamos todos de parabéns!