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Quinta-feira, 25 de abril de 2019. Zero hora e 10 minutos. Pré-estreia de ‘Vingadores: Ultimato’. Sala lotada. Mas isso era o de menos. Parecia não um filme, mas uma partida de futebol em que os heróis da Marvel eram os astros e a plateia, a torcida organizada. Capitã Marvel aparece pela primeira vez em cena? “YEEEAHHH”. Momentos mais tensos? Unhas grudadas na poltrona. Capitão América esmurra Thanos? “YEEEEEEEAAAAAAAAHHHHHHH”. (meio-spoiler: quando ocorre a cena mais emocionante do filme… “YEEEEEEEEEEEEEEEEAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH”). É apenas o indicativo da expectativa dos fãs para ‘Vingadores: Ultimato’, o filme mais aguardado do ano. E o filme cumpre a expectativa: merece todos os superlativos a ele atribuídos. E olha que o sarrafo era alto, depois dos acontecimentos do igualmente superlativo ‘Vingadores: Guerra Infinita’.

Ao contrário do antecessor, que tem lutas e batalhas do começo ao fim, ‘Vingadores: Ultimato’ tem uma estrutura mais semelhante à do primeiro filme, de 2012. Há menos batalhas – mas elas ocorrem, e são superlativas – e mais diálogos. Parte dos diálogos foca nas questões filosóficas de se perder pessoas queridas, que desapareceram com o famoso estalar de dedos de Thanos. Outra boa parte é centrada em “fundamentos científicos” que norteiam o contra-ataque dos Vingadores. Aliás, o fato de os seis vingadores originais – Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro – terem sobrevivido não é à toa.

O ponto-chave do filme é uma das muitas teorias formuladas pelos fãs (e publicada em matéria do Bem Paraná): os Vingadores fazem uma viagem no tempo para desfazer o estrago causado por Thanos. Não chega a ser um spoiler porque os trailers sugerem isso. E, na verdade, o filme deixa claro que não há outra coisa a se fazer. A ciência por trás disso até pode parecer questionável na prática, mas para o filme até que faz sentido. Claro que, como em todo filme que envolve viagem no tempo, isso suscita dúvidas sobre os acontecimentos das linhas temporais. E ‘Ultimato’ admite isso: tanto que cita um sem-número de outros filmes com viagens no tempo. “Quer dizer que nossa melhor esperança é uma coisa tipo ‘De Volta para o Futuro’”, questiona um dos heróis. Nessa viagem do tempo, os três principais vingadores – Homem de Ferro, Capitão América e Thor – têm chance de acertar contas com seus próprios passados, em arcos dramáticos distintos. E várias cenas de alguns dos 20 filmes anteriores da Marvel são revisitadas. Também descobre-se a lógica das joias do infinito: elas obedecem aos anseios de quem as tem na mão e estala os dedos. 

‘Ultimato’ consegue dar momentos de brilho a todos os personagens em suas três horas de projeção. Além dos vingadores originais, a Capitã Marvel e o Homem-Formiga conseguem ser decisivos. Coadjuvantes como Máquina de Combate e Rocket aparecem bem. A surpresa recai sobre Nebulosa, a “azulzinha raivosa”, nas palavras de Tony Stark, cujo arco acaba se tornando fundamental para a trama. E a conclusão consegue ser épica e ao mesmo tempo emocionante. A plateia, seja torcida organizada, nerd de carteirinha ou público comum, sai da sala com uma certeza: dificilmente o cinema de entretenimento vai ser a mesma coisa depois de ‘Vingadores: Ultimato’.

PS: Uma última revelação sobre o fim do filme: não tem cenas pós-créditos.

PS2: Duas cenas dos trailers não aparecem no filme. Uma delas, a da Viíuva-Negra treinando tiros. Outra, a do Capitão América carregando um caixão, numa sugestão de que um importante personagem morreria . Sobre mortes na trama? Isso seria spoiler.