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Poucos lembram em tempos pós Tony Stark, mas o primeiro grande papel de Robert Downey Jr., foi o de Charlie Chaplin, na cinebiografia dirigida por Richard Attenborough, em 1992.

O filme retrata a vida de Chaplin desde a infância pobre em Londres, onde ele já mostra ter talento artístico, até o momento em que ganha um Oscar honorário pelo conjunto da obra, em 1972. Downey Jr. interpreta desde o Chaplin jovem até a sua versão idosa. E o roteiro é estruturado em flashbacks de conversas do artista com o escritor George Hayden (Anthony Hopkins). Nos flashbacks, aparecem os principais momentos da carreira de Chaplin, a criação de Carlitos e o desenrolar dos fatos que o levaram a ser o astro que foi. Também há referências aos seus episódios românticos — de Hetty Kelly, seu primeiro amor, até Oona O’Neil, com quem esteve casado até o fim, passando por Mildred Harris, Georgia Hale, Marion Davies, Edna Purviance, Lita Grey, Paulette Goddard e Joan Barry. Hayden, o escritor, é o único personagem fictício, mas serve como recurso de narrativa; na verdade, Chaplin escreveu uma autobiografia nos anos 1960, depois que foi exilado dos Estados Unidos e passou a viver na Suíça.

Chaplin não foi genial apenas porque era mímico, cômico, rei do pastelão, ator, diretor e produtor. Ou porque fez grande parte dos seus filmes antes dos 30 anos. Ou porque criou o personagem mais icônico da história do cinema. Ou porque fazia o público rir e chorar ao mesmo tempo. Ou porque, num momento de visionarismo, juntou colegas atores e criou um estúdio de cinema, a United Artists — na época, recebeu críticas do nível “deram a chave do manicômio para os loucos”. Ou porque conseguiu imprimir certo tom crítico em suas obras. Talvez tenha sido por tudo isso junto. Tudo e mais um pouco.

Não bastasse isso, há mais de 80 anos, Chaplin deu a letra de coisas absurdamente atuais, como o avanço da tecnologia e a xenofobia.

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Em ‘Tempos Modernos’ (1936), indicava que a tecnologia dominaria a humanidade a ponto de tomar os empregos dos homens e de massacrá-los.

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Em ‘O Grande Ditador’ (1940), satirizava governos totalitários de maneira geral e o nazismo em especial, além de criticar a xenofobia.

Nascido em 16 de maio de 1889, Chaplin completa 135 anos nesta terça-feira (16). Morreu em dezembro de 1977, aos 88 anos. Sua obra merece ser vista inteira. Mas ‘Chaplin’, de Richard Attemborough, com um Robert Downey Jr. Indicado ao Oscar pelo papel, pode funcionar como um ponto de partida.