Eu não sei como foi para vocês, mas para mim a chegada dos 35 veio com os dois pés no peito. Tanto das coisas boas, quanto das não tão boas assim. E como um presente de aniversário, o universo me deu uma oportunidade que não aparece todo dia. E é sobre ela que vou contar um pouquinho aqui.

“Um mergulho no coração de quem se é”. É com essa frase que o Florescer da Curandeira faz o seu chamado para participação das mulheres que acessam seu site, e suas redes sociais. E, antes que qualquer desavisado se pronuncie, curandeira aqui não tem o mesmo significado do dicionário: Indivíduo que se propõe curar doenças pela prática, sem curso de habilitação; charlatão em medicina, aliás, passa longe disso.

É exatamente o extremo oposto. Babi Surati Kiliam Farah, terapeuta corporal, especialista em análise reichiana e análise bioenergética, é a criadora do Florescer da Curandeira, e explica que a escolha da palavra curandeira se deu primeiro para desmistificar e tirar o estigma desse significado, já que etimologicamente a palavra remete à cura. E segundo porque, para ela, o real significado da curandeira é “aquela que cura a si mesmo antes de mais nada, e com a ressonância de sua própria cura, compartilha e auxilia a cura de quem a rodeia”.

Isso é ao que se propõe o Florescer da Curandeira, uma vivência de autoconhecimento, de cura, união do sagrado feminino e formação de condutoras de Círculos de Cura. Babi explica que, “nosso corpo é o primeiro sistema que temos e, como um sistema, armazena todos os acontecimentos da vida”. Segundo ela, essa memória do corpo atua mais no nosso dia a dia do que a memória da mente, muito mais forte​mente​ do que as pessoas se dão conta. E “enquanto não se reconhece em si as coisas que incomodam, elas vão continuar voltando. Mudam os cenários, os personagens, mas o enredo vai ser o mesmo até que se olhe de frente pra ele. O único lugar que existe pra gente ir é para dentro.”

Então,​ o caminho para que se possa acessar esse sistema a fim de reparar e reprogramar é sair da zona de conforto, pois “olhar pra dentro nem sempre é um exercício fácil, nem sempre é bonito, mas sempre é fortalecedor. Ao fazer isso, as pessoas conseguem sair do sonho e partir para a realização. E com esse aterramento, vem a força, vem a estrutura para se realizar o que se quer, para vida e para si mesma”, esclarece Babi.

Para a participante da última formação que finalizou em julho deste ano, Etiene Spack, o Florescer da Curandeira foi um enorme aprendizado desde a hora em que decidiu se inscrever. “Eu estava numa fase da vida em que já não acreditava em muita coisa e precisava de ajuda.”, desabafa rindo. Quando viu o vídeo, diz que não pensou muito e se inscreveu, mesmo sem fazer ideia do que era aquilo. “Sempre fui uma pessoa muito fechada e tímida. Mas, com o Florescer consegui me libertar de muitas coisas. Consegui me reconhecer, me encontrar, me tranquilizar, perder muitos medos, e principalmente em me sentir muito bem comigo mesma e quando estou em grupo”, ressalta.

As ferramentas utilizadas pela terapeuta vão desde técnicas e dinâmicas da psicologia corporal, até medicinas indígenas, como o rapé – também conhecido como Sopro Sagrado, é uma medicina muito especial, feita de tabaco moído junto com cinzas de determinadas árvores e/ou plantas. É usado por povos de várias tradições indígenas tais como Yawanawá, Kaxinawás, povos do Equador e Colômbia. Promove bem-estar, podendo trazer muitas curas, limpeza, conexão. – e o temazcal – é uma das cerimônias ameríndias mais antigas de que temos conhecimento, que simboliza o retorno à origem, representado pelo regresso ao ventre da Mãe Terra, para um processo de purificação e renascimento.

Outro propósito da vivência é fortalecer o laço entre as mulheres, curar e aprofundar-se no Sagrado Feminino, fazendo o exercício de reconexão com esta irmandade, de beleza e encantamento, de vida, de mergulhar no próprio coração e no coração de todas as coisas. “Um convite para nos olharmos a partir de novas perspectivas, e assim, também podermos ampliar esta visão para o todo” diz sua criadora.

Sobre essa reconexão e reencontro com outras mulheres, Etiene é categórica: “o apoio das mulheres também foi algo maravilhoso na minha vida. Outra grande mudança​ é que antes só andava em grupos de homens. Aceitei e acolhi a mulher em mim e a minha volta. E tudo mudou na minha vida de uma maneira linda. Saí do Florescer querendo que outras mulheres pudessem sentir tudo isso. Querendo ajudar, dar forças e carinho pra que esse Florescer chegue no coração de muita gente”, conclui.

Em sua 4ª edição, que tem início no próximo dia 1º de setembro, o Florescer da Curandeira é dividido em quatro módulos, que acontecem uma vez ao mês, durante uma imersão de três dias em um sitio da região metropolitana de Curitiba e tem inscrições abertas até o próximo dia 20 de agosto, pelo endereço: www.cirandadascurandeiras.com.​

PS: Prometo que volto aqui contar como foi! Até.