Acolher e cuidar também são atos de resistência

Crédito: Joka Madruga

Duas cachorrinhas, sem raça definida e sem coleira de identificação, que vagavam há dias pelas imediações do acampamento “Lula Livre”, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, foram acolhidas pelos acampados e, agora, recebem alimento, carinho e atenção.

 

“Lulinha”, de pelo branco e com médio porte (foto acima), foi encontrada pelo Caubói, da Caravana de Londrina. Era madrugada, fazia frio e ela estava vagando muito fraca e esfomeada pela região. Caubói e um vizinho do acampamento trataram de garantir os primeiros cuidados à cachorrinha: água limpa, comida e coberta. Também percorreram as redondezas para saber se alguém tinha perdido um cãozinho com essas características, mas foi em vão. Arrumaram uma coleirinha para passear com ela e as pessoas se revezam nessa função. Sempre tem alguém passeando e cuidando dela.

 

Uma tarde dessas, Lulinha se soltou e foi parar do outro lado do acampamento. Ficou apreensiva e triste, mas bastou rever o londrinense Caubói para fazer festa, lamber seu rosto todo, balançar freneticamente o rabinho, como sabemos que ficam quando estão felizes.

 

Caubói tem três cachorrinhos em casa e já avisou à família que Lulinha integrará o grupo, mas só depois que voltarem para casa. Os acampados, sempre que encontram um bichinho vagando, saem perguntando pela vizinhança do prédio da Polícia Federal, no posto de combustíveis, nos demais comércios da região. Foi assim que acharam recentemente o dono de um cachorro preto que estava perdido. Ao cuidar, asseguram alimentação, atenção e abrigo. Estabelecem lugar para o xixi e o cocô do bichinho e se responsabilizam pela limpeza do local, bem como pelos passeios, sempre guiados por coleira.

 

Outro caso emblemático dessa acolhida e do respeito aos animais é a história da cachorrinha “Resistência” (reprodução acima), que integrantes da caravana do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encontrou vagando na via rápida. Ela é bebê ainda e já perguntaram em tudo quanto foi canto e não encontraram quem se identificasse como dono da cachorrinha. Resistência foi adotada, colocaram nela uma bandana da campanha #LulaLivre e improvisaram uma cobertura de abrigo da chuva e do frio.

 

Resistência passa de colo em colo no acampamento e já virou a mascotinha do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, seu futuro lar em São Bernardo do Campo, SP.

Fonte: Thea Tavares/Agência PT

Foto: Joka Madruga