Sandro Nascimento/Alep – Rossoni: defesa de tucano nega acusações do MP

A juíza da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, Patrícia de Almeida Gomes Bergonse, determinou o bloqueio de R$ 124 milhões em bens do ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado Valdir Rossoni (PSDB), em ação do Ministério Público estadual em que ele é acusado de contratar funcionários “fantasmas”. A decisão também atinge uma ex-assessora do tucano, Edinê Vianna, que segundo a acusação do MP, teria participado do esquema.

Na denúncia, o MP aponta que, com auxílio dessa assessora, o então deputado teria nomeado, entre 1992 e 2010, para cargos comissionados no seu gabinete pessoas que sequer sabiam que haviam sido nomeadas, familiares da servidora que não exerciam efetivamente o cargo e outras pessoas que não prestavam serviço ao Legislativo. Segundo a promotoria, teriam sido identificados ao menos 12 servidores nessa situação. O objetivo seria desviar os salários desses funcionários.

“Embora, o Ministério Público afirme pela inexistência de indícios de que os valores pagos aos funcionários comissionados tenham passado pelas contas correntes do requerido Valdir Rossoni, defende que tal questão não implicaria na afirmação de que este não foi beneficiado com o esquema, já que houve saques integrais em dinheiro dos valores depositados, acrescentando-se que não seria crível que o esquema a partir de seu Gabinete, apenas beneficiasse a requerida Edinê”, disse a juíza no despacho.

No início de outubro, quando a denúncia foi apresentada à Justiça, de Rossoni negou as acusações, afirmando em nota de sua defesa, que o MP, “mais uma vez (…) demonstrando a sua inaptidão para estar ao menos perto do tempo dos fatos, propõe uma ação de improbidade contra o ex-deputado Rossoni, por supostos atos irregulares ocorridos no começo do século”. Segundo os advogados do tucano, a promotoria “deixa de pedir algumas penalidades pela sua demora em agir, perdendo o seu direito de poder punir”.

A nota afirmava ainda que “a promotora de Justiça falta com a verdade quando diz que foi Rossoni quem nomeou os supostos funcionários, assim como diz a verdade quando resulta da sua narrativa que Rossoni nunca, ou seja, em nenhum momento recebeu qualquer importância de funcionário da Assembleia”.