Os organizadores do acampamento em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas proximidades da sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril, divulgaram um vídeo no qual denunciam um suposto ataque de moradores vizinhos. Segundo a denúncia, um grupo de manifestantes contrários ao acampamento teria colocado fogo em pneus, na noite de ontem, e xingado participantes da vigília. “Eles nos xingam de porcos, eles nos xingam de fascistas e os policiais nada fazem. É o estado se posicionando a favor da burguesia”, diz um homem que gravou o vídeo.

Segundo eles, policiais militares assistiram a tudo sem reação. E o fogo teria atingido fios de alta tensão, colocando em risco os manifestantes que participam da vigília.

Em nota, os organizadores repudiaram a ação. “As organizações que estão na Vigília Lula Livre há quase setenta dias, de forma pacífica, respeitando os acordos com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e demais autoridades, repudiam a ação de indivíduos de extrema-direita que na noite de ontem (14), atacaram, ofenderam e proferiram frases preconceituosas contra integrantes da Vigília”, afirma a nota. “Sem respeitar o interdito proibitório, esses indivíduos se colocam de forma agressiva na mesma região onde está concentrada a Vigília, sendo que os protestos contrários devem ocorrer no lado aposto do prédio da Polícia Federal, conforme decisão judicial”, afirma o texto.

O grupo diz que a vigília tem respeitado os horários de manifestação, das 9 horas às 19h30. “O agrupamento de ontem, ao contrário, por conta de sua ação violenta, inclusive queimando pneus, acabou gerando forte barulho até depois da 1 hora da madrugada, desrespeitando o direito ao descanso e prejudicando os moradores”, afirma a nota.

“Da nossa parte, respeitamos o direito à manifestação, assim como os moradores que não apoiam o nosso movimento. Frequentemente, buscamos ter contato e encontrar uma melhor condição de convivência para todos e todas. Ao mesmo tempo, reafirmamos e agradecemos a solidariedade de vários outros moradores da região. Denunciamos também que moradores que nos apoiam têm sofrido ameaças”, alegam os manifestantes.