Pedro de Oliveira/Alep

As lideranças do governo e da oposição na Assembleia Legislativa fecharam acordo para começar a votar hoje, o reajuste salarial dos servidores públicos estaduais, emperrado há mais de um mês. Segundo o oposicionista, deputado Tadeu Veneri (PT), a liderança governista concordou em inverter a pauta para votar primeiro a proposta da governadora Cida Borghetti (PP), de reajuste de 1% para os servidores do Executivo. Também foi decidido que será votado novo pedido de regime de urgência para o projeto, retirado na semana passada pela governadora. 

Os servidores do Executivo – que estão com os salários congelados há dois anos – cobram o mesmo índice de reajuste de 2,76%, relativo à reposição da inflação dos últimos 12 meses, previsto para os funcionários do Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e Ministério Público. O governo alega não ter como pagar a reposição, alegando que os gastos com pessoal estão no limimte, e que um aumento maior do que 1% colocaria em risco o acordo de renegociação da dívida do Estado com a União. 

A bancada de oposição apresentou, com o apoio do bloco independente e parlamentares do grupo do pré-candidato ao governo, Ratinho Júnior (PSD), uma emenda ao projeto do governo para aumentar o índice de reajuste para 2,76%. Ao todo, 31 dos 54 deputados assinaram a emenda, o que indicaria a possibilidade de uma derrota para o governo. 

Na semana passada, temendo um revés, os parlamentares da base governista esvaziaram o plenário e derrubaram a sessão por falta de quórum, para impedir a votação da emenda. Deputados oposicionistas acusaram os deputados da base de Cida Borghetti de quererem deixar a votação do reajuste para depois das eleições, para evitar um confronto com o funcionalismo, e o desgaste no período eleitoral. Isso porque a partir do próximo dia 17, os deputados devem entrar em recesso, e só retomam as sessões em agosto, já próximo do inicío da campanha, onde a maioria dos parlamentares deve buscar a reeleição ou novos mandatos para outros cargos. 

Também está na pauta de votação da sessão de hoje a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019. Pelo regimento da Assembleia, os deputados só podem entrar em recesso após votar a LDO.