Rodrigo Fonseca/CMC – Greca

Pré-candidato à reeleição, o prefeito Rafael Greca (DEM) deu um tom político à abertura dos trabahos de 2020 da Câmara Municipal de Curitiba, hoje. “O Greca só faz asfalto, diz a inveja, esta senhora perversa, cuja língua, de tão grande, se parte em duas agulhas e fura os olhos”, disse ele, em resposta aos críticos. “De fato, temos feito asfalto. E faremos muito mais. Afinal, foi o que o povo pediu no programa Fala Curitiba”, afirmou o prefeito.

O presidente da Câmara, Sabino Picolo (DEM) destacou a atuação dos vereadores, que, segundo ele, acataram projetos polêmicos em 2019, “alguns deles com unanimidade”. Dentre eles, o parlamentar citou o avanço gradual da bilhetagem eletrônica, aprovado em junho passado. Líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB) lembrou que os gabinetes, assim como o administrativo, mantiveram o atendimento à população em janeiro, durante o recesso das sessões plenárias. Ele agradeceu a base de apoio, “sempre firme”; a oposição, pelo “contraponto”; e os secretários municipais e técnicos do Executivo, pela “interlocução e diálogo”. “É nítido que Curitiba avança. Avança porque deixamos de lado a velha política”, acrescentou.

Vale do Pinhão – No balanço de 2019, terceiro ano da gestão, Greca salientou a política de inovação, por meio do Vale do Pinhão: “Curitiba foi escolhida como uma das seis cidades mais inteligentes do planeta, de acordo com o World Smart Cities Awards”. O “cuidado com as pessoas”, defendeu, foi o que motivou empréstimos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência de Desenvolvimento, respaldados pelos vereadores, para a implementação do Bairro Novo da Caximba e a reformulação do anel do Inter 2.

Na educação municipal, defendeu a contratação de professores e a criação de vagas para crianças de 0 a 3 anos. Na saúde de Curitiba, disse que o SUS recebeu R$ 1,9 bilhão, “a maior verba de toda sua história”, destinados ao Mãe Curitibana, à Saúde da Família, ao Saúde em Casa e à redução das filas de acesso às especialidades, dentre outras áreas. “O cuidado com as pessoas passa pelo nosso trabalho de zerar o índice de infestação do Aedes aegypti (em parceria com a Região Metropolitana)”, continuou.

Greca falou sobre serviços de capacitação profissional; investimentos no transporte público; o trabalho da Fundação de Ação Social (FAS), já que “rua não é moradia”; obras de macrodrenagem, para o combate a enchentes; e se solidarizou aos ministros da Saúde e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, respectivamente Luiz Henrique Mandetta e Damares Alves, pelo trabalho contra a “sexualização das crianças”, que são “o patrimônio cultural da nação”.

Sobre o funcionalismo municipal, apontou o pagamento do salário dos servidores em dia, com a correção salarial de 3,5%. “Creio no serviço público. Não permitirei o apagão dos recursos humanos desta prefeitura”, declarou. O prefeito defendeu, por exemplo, o chamamento de 400 guardas municipais. O “grande esforço de recuperação de Curitiba”, avaliou, “nos permitiu a letra A do Tesouro Nacional”.

Compliance – “Ainda esta semana entrego a esta Casa a nossa Lei de Compliance, que propõe a sistematização da Controladoria-Geral do Município e outros instrumentos de controle e transparência pública. A corrupção é o mais pesado e abominável dos impostos”, indicou Greca. “A corrupção se aninha nas dobras da burocracia, na papelada acumulada, na procrastinação das decisões. Não pode ser tolerada em nenhuma hipótese”, defendeu.

Como projeto para a segurança pública municipal, Greca disse que será implementada, neste semestre, a Muralha Digital, que usará câmeras de radares, da Urbs e “outras tantas que vamos colocar”. Também deve ser dada sequência à revitalização do patrimônio histórico e cultural, por meio do programa Rosto da Cidade. Bustos de bronze reproduzidos em pedra, pela computação gráfica, ficarão no Memorial de Curitiba, para evitar furtos e danos ao patrimônio público.

Outros projetos são o Memorial João Turin, que deve ser entregue dia 24 de junho; o Jardim Ambiental do Parolin; a Fazenda Urbana do Cajuru; e o Museu de História Natural de Curitiba. As obras de asfalto, pontuou, serão retomadas após a greve dos petroleiros. “Infelizmente ainda existe a esclerose sindical. Essa doença que ainda insiste em incomodar o Brasil. Xô, tranqueira. Deixem o Brasil funcionar.” Além da base de apoio, Rafael Greca agradeceu a oposição: “Vamos avançar, mantendo o rigor nas contas públicas, sem o qual nenhuma prosperidade é possível”.