Franklin Freitas

Para repor o montante de R$ 3,37 milhões que declarou ter doado à própria campanha eleitoral, o senador eleito Oriovisto Guimarães (PODE-PR), fundador do Grupo Positivo, terá que comprometer todos os 96 salários (subsídios) mensais que receberá em 8 anos de mandato no Congresso Nacional. Oriovisto foi eleito com 2.957.239 votos. 

Um senador da República hoje recebe um salário bruto de R$ 33,76 mil mensais. Somados todos os pagamentos daqui até o fim de 2026 (sem contar eventuais reajustes), Oriovisto receberá R$ 3,24 milhões. Ainda faltaria R$ 130 mil para que recuperasse o “investimento”. Isso sem contar o que deixaria de render os R$ 3,37 milhões que gastou na campanha.

Se deixasse o dinheiro parado na poupaça, considerado o investimento com menor rendimento, Oriovisto ganharia R$ 1,2 milhão no período.

Conforme registrou o jornalista Rogério Galindo, no Blog Caixa Zero, as doações do próprio Oriovisto responderam por 98% do que ele arrecadou na campanha (Veja a declaração). E só não teria entrado mais dinheiro porque o teto imposto pela lei não permite. O máximo estipulado para a disputa do Senado no Paraná em 2018 era de R$ 3,5 milhões.

Com patrimônio declarado de R$ 239,7 milhões, Oriovisto é o político mais rico do Congresso Nacional.

Esta é a primeira eleição geral em que os candidatos estão proibidos de arrecadar dinheiro de empresas para custear as campanhas. Apenas pessoas físicas podem realizar doações, ainda assim limitadas a 10% do rendimento do ano anterior. No entanto, os próprios candidatos foram autorizados a bancar a totalidade de seus gastos, por meio do chamado autofinanciamento, até o limite para cada cargo em disputa. A regra beneficia os candidatos mais ricos.