Franklin Freitas

Em uma audiência pública realizada hoje (18) na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Curitiba, o desembargador Gilberto Ferreira, corregedor eleitoral, informou que 800 reclamações foram registradas por suspeitas de problemas em urnas eletrônicas no primeiro turno das eleições deste ano. Somadas, as reclamações representariam problemas em urnas que somaram apenas 0,02% do total de votos. 

A audiência foi convocada para explicar como funcionará uma auditoria em urnas eletrônicas impugnadas no Estado. O evento, aberto ao público, com participação de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil, da Procuradora Regional Eleitoral, de partidos políticos e outros representantes da sociedade civil, começou às 14 horas desta quinta-feira (18). A audiência antecede a auditoria das urnas eletrônicas de quatro seções eleitorais no Paraná que está marcada para amanhã (19), também na sede do TRE, a partir das 8 horas.

De acordo com o desembargador, a auditoria será apenas para provar a origem das dúvidas levantadas pelos autores das denúncias. "Os auditores deverão responder a uma pergunta muito simples: os problemas apontados pelos eleitores foram recorrentes de algum tipo de prova? O resultado será dado o mais breve possível para o esclarecimento da população", afirmou. 

A auditoria foi solicitada pela Comissão Provisória do Partido Social Liberal, o PSL, do candidato à presidência Jair Bolsonaro. A verificação, autorizada pelo corregedor regional eleitoral deve ocorrer nas urnas das seções 311, que não teve a zona eleitoral indicada no pedido; 292, da 9ª Zona Eleitoral de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba; 654 e 664, da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba. O pedido foi feito após relatos de que as urnas concluíram o processo de votação “imediatamente após a digitação dos dois números para candidato à presidência da República, supostamente sem que o eleitor digitasse a tecla confirma”.

Em meio à onde de “fake news” que tomou conta do país no período eleitoral, o TRE destaca que a auditoria é importante provar a lisura do processo eleitoral. Representantes da Procuradoria Regional Eleitoral e presidentes das comissões de Auditoria da Votação Eletrônica e de Segurança Permanente, além da OAB, também devem acompanhar a auditoria.

O procedimento vai verificar se os sistemas instalados nas urnas são os mesmos que foram lacrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se as urnas estavam em perfeitas condições de uso e funcionamento e se há indícios de fraude no sistema.