Estudo da ONG Repórter Brasil divulgado hoje aponta que entre os três estados do Sul, o Paraná é o Estado que mais tem deputados federais com atuação legislativa desfavorável ao meio ambiente, indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais. Segundo o “Ruralômetro”, ferramenta interativa desenvolvida pela ONG, cerca de 70% dos parlamentares paranaenses votaram ou elaboraram projetos de lei que têm impacto negativo para a agenda socioambiental.

No Brasil, segundo o estudo, o maior percentual de deputados com atuação desfavorável à agenda socioambiental é de Goiás (88%). No Sul, depois do Paraná está Santa Catarina, com 62% dos seus deputados com essa avaliação e Rio Grande do Sul, com 48%.

Para avaliar a atuação legislativa dos parlamentares nessa área, o Ruralômetro levou em conta 14 votações nominais desta legislatura e 131 projetos de lei que apresentam algum tipo de impacto socioambiental. Com o objetivo de medir se os projetos e proposições teriam efeito negativo ou positivo sobre o meio ambiente e povos do campo, oito organizações do setor socioambiental foram chamadas para fazer uma avaliação de mérito desses projetos.

Cada deputado foi pontuado dentro de uma escala equivalente ao que seria a temperatura corporal: de 36⁰C a 42⁰C. Quanto pior avaliado, mais alta a sua temperatura — podendo atingir níveis de febre. Em toda a Câmara dos Deputados, pelo menos 323 deputados federais, ou 63%, estão com febre (temperatura superior a 37,4°C).

Dos sulistas, o deputado com a temperatura mais alta é o gaúcho Jerônimo Goergen (PP-RS), com 41,9°C de febre, seguido pelo catarinense Valdir Collato (MDB-SC), que ficou com 41,5°C. O terceiro político sulista com a febre mais alta é o paranaense Alex Canziani (PTB), com 41,2°C.