Franklin de Freitas – Comércio fechado: vereadores alegam que comerciantes não aguentam mais restrições ao funcionamento

Vereadores voltaram a criticar, na sessão de ontem, da Câmara Municipal, a bandeira vermelha adotada pela prefeitura de Curitiba para tentar conter a nova onda da pandemia da Covid-19 na Capital paranaense. Alexandre Leprevost (SD) abriu o debate afirmando que os empresários não aguentam mais o “abre e fecha” do comércio.

Leprevost apoiou às manifestações convocadas pela Associação Comercial do Paraná (ACP) contra a bandeira vermelha. “Não adianta aqui nós falarmos ‘essa gente é negacionista’. Eu não sou negacionista. E essas pessoas que estão lá lutando por seus direitos, a maior parte delas não são negacionistas. Mas eles não aguentam mais. Não estão conseguindo sobreviver”, defendeu. 

Segundo Leprevost, “não existe, por parte do Município, um reconhecimento, um reparo, um incentivo”. Ele avalia que o comércio tem sido “extremamente injustiçado” desde o começo da pandemia, impactado agora pelo que chamou de “semi-lockdown”. Também defendeu o debate de “estratégias de incentivo e de reparo” ao segmento, junto às secretarias municipais de Governo e de Finanças.

Para Professor Euler (PSD), “esse abre e fecha feito em Curitiba” já se mostrou ineficiente, sem “resultados efetivos na saúde”. “Essa estatística da prefeitura [de passageiros contaminados nos ônibus] deixa muito claro o que está literalmente matando nossa cidade. Só não enxerga que é o transporte coletivo quem não quer”, avaliou.

“Curitiba vem sofrendo claramente, todos nós somos testemunha, da crescente quebra de empresários por questões advindas da pandemia”, comentou Dalton Borba (PDT). Já Indiara Barbosa (Novo) perguntou sobre eventual ação da prefeitura, “pensando nas classes de empresários e empreendedores”, para diminuir o valor de impostos municipais.

A Comissão de Participação Legislativa da Câmara acatou, em reunião ontem, sugestão da ACP para o funcionamento do comércio em sistema de rodízio, para evitar o chamado lockdown. O projeto de lei agora segue o trâmite regimental na Casa: a primeira etapa, após a instrução jurídica, é a análise legal pelo colegiado de Constituição e Justiça (CCJ).