Nem todas as religiões comemoram o Natal: o judaísmo, por exemplo, celebra em dezembro o Chanucá, que é a festa das luzes (Imagem: Pixabay)

Você já parou pra pensar que cada religião tem suas próprias festas e modos de celebrar suas crenças? De fato, a cultura religiosa mundial é bastante rica. Dentro dessa dimensão cultural e ritualística, apresentamos a seguir algumas das principais curiosidades que envolvem o período de Natal nas maiores tradições existentes. Confira! 

Cristianismo

Durante a época do Natal, os cristãos o celebram de várias maneiras. Famílias e igrejas de todos os lados montam um presépio para recordar o nascimento de Cristo. A cena é composta pelo menino Jesus, sua mãe, seu pai adotivo, três reis magos e às vezes alguns animais que pertenceriam a um estábulo. Algumas igrejas que praticam o cristianismo fazem apresentações natalinas que descrevem a noite do nascimento do menino Jesus numa manjedoura. As igrejas católicas fazem uma missa à meia-noite da véspera do dia de Natal para celebrar o nascimento de Jesus. Ao longo do mês de dezembro, chamado “período de advento”, todos são convidados à conversão pessoal, para poder melhor permitir o nascimento simbólico do Menino Jesus em suas vidas. Além dos rituais nas igrejas, as pessoas fazem novenas, cantam canções tradicionais, compram árvores de Natal e colocam presentes embrulhados debaixo da árvore para trocar na noite de Natal ou na manhã de Natal. O homenageado é Jesus Cristo, figura central do Natal cristão.

No entanto, nem todos os cristãos acreditam no Natal. Alguns membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia não acreditam que a Bíblia dá uma data exata para o nascimento de Jesus e que também não há comando na Bíblia para comemorar seu nascimento. Mas tudo depende da igreja. Há alguns adventistas que celebram a data. As Testemunhas de Jeová também não são diferentes dos adventistas: acreditam que o Natal tem origens e associações pagãs e não o comemoram como os católicos, por exemplo, temendo por isso cometer idolatrias.

Islamismo

A comunidade muçulmana não comemora o Natal. Os muçulmanos acreditam que Jesus doi um profeta, mas não acreditam que ele seja Deus ou o filho de Deus. De acordo com a religião islâmica, o nascimento de Jesus foi em março ou setembro, com base nas indicações da estação na Bíblia. Outro ponto de vista do feriado de Natal para os muçulmanos é que ele seria uma nova celebração pagã proposital, de comemoração ao Deus Sol, que não é apoiada pela religião islâmica.

Hinduísmo

Os hindus não celebram o Natal, mas comemoram em dezembro um feriado de cinco dias chamado Pancha Ganapati. A celebração começa em 21 de dezembro para celebrar o senhor da cultura com cabeça de elefante e novos começos. Algumas festividades em que os hindus participam são passeios, piqueniques, doação de presentes, festas, decoração de suas casas com ramos de pinheiro ou grama durva e colocação de luzes e enfeites. A maior parte da celebração é colocar uma estátua da deusa Ganesha em casa e vestir a estátua para cada dia da celebração nas cores amarelo, azul, vermelho, verde e laranja. Na Índia, que tem a maior população de hindus do mundo, o Natal é um feriado nacional e é celebrado como um festival por muitas famílias hindus.

Budismo

Um feriado budista popular, o Dia de Bodhi, também é comemorado em dezembro (e dura 30 dias) para celebrar a iluminação do Buda. Para os budistas, o Natal é uma época de relembrar os ensinamentos de Buda, dar presentes e praticar a paz e a boa vontade para com a humanidade. Por isso, os budistas comemoram essa festa pendurando decorações de Natal em seus templos, enviando cartões para entes queridos, realizando vigílias noturnas e, ocasionalmente, ouvindo músicas. Eles não se prendem à figura de Cristo nas festividades, mas à dimensão de esperança e fraternidade universal que a data inspira, de acordo com os ensinamentos de Siddhartha Gautama, o criador do budismo.

Judaísmo

Os judeus não celebram o Natal, mas, em vez disso, celebram um feriado conhecido como Chanucá (Hanukkah). Chanucá é um festival de luzes de oito dias que é celebrado com uma iluminação noturna da menorá, orações especiais e alimentos específicos (fritos). A festa de Chanucá homenageia o pequeno exército de judeus que derrotou o poderoso Exército grego no segundo século a.C. Os judeus reivindicaram o Templo Sagrado em Jerusalém e como símbolo disso, a menorá deveria ser acesa; no entanto, apenas uma única botija de azeite foi deixada. Mesmo com um pouco de azeite, a menorá ainda estava acesa e permaneceu acesa por oito dias. Para lembrar essa maravilha, a festa de Chanucá foi criada. Desde o primeiro Hanukkah em 165 a.C. até hoje, o núclo central dessa festa é espiritual e também comunitária. Isso pode significar dar presentes ou também, doar tempo, amor ou esforços a alguém.

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    * Ana Beatriz Dias Pinto, é comentarista convidada do blog e nos traz reflexões sobre temas atuais e contextualizados sob a ótica do universo religioso, de maneira gratuíta e sem vínculo empregatício, oportunizando seu saber e experiência no tema de Teologia e Sociedade para alargar nossa compreensão do Sagrado e suas interseções.