José Cruz/ABr

O Boletim de Acompanhamento nº 18/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos, com dados das semanas epidemiológicas 30 a 33 (de 24 de julho a 20 de agosto), informa que cinco das seis capitais acompanhadas – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro – registraram a redução da carga do novo coronavírus em seus esgotos nesse período. Somente em Curitiba a carga viral aumentou. Em Curitiba e Fortaleza as cargas novo coronavírus seguem elevadas.

No cenário de pandemia, o monitoramento dos esgotos realizado pela Rede segue sendo uma ferramenta para o acompanhamento dos efeitos das medidas de flexibilização na circulação do novo coronavírus.

Em Curitiba, entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), foi registrada uma variação entre 62,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes (semana 31) e 179,5 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes (semana 33). Como houve uma alta nas semanas epidemiológicas 32 e 33, a tendência identificada na capital paranaense foi de alta e com cargas virais em patamares elevados. 

Entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, Curitiba registrou concentrações virais consideradas elevadas (acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras) ou moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias por litro).

A Rede Monitoramento COVID Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual. 

Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.

Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.

Informações mais detalhadas sobre os pontos de monitoramento, incluindo a justificativa para o monitoramento de cada ponto, constam do Boletim de Apresentação da Rede. O histórico de resultados pode ser consultado nos Boletins de Acompanhamento, disponíveis no site da ANA. Acesse também o Painel Dinâmico da Rede Monitoramento COVID Esgotos, onde são disponibilizados semanalmente os resultados para todas as regiões que integram a Rede.

A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.