O Hospital Israelita Albert Einstein anunciou nesta terça-feira, 6, investimento de R$ 1,2 bilhão na abertura de uma nova unidade na zona sul de São Paulo voltada exclusivamente para atendimento oncológico.

A incorporadora Benx, parceira do Einstein no projeto, vai investir R$ 800 milhões na construção do prédio do novo estabelecimento, já com a garantia de locação para o hospital por pelo menos 20 anos. Os R$ 400 milhões restantes serão investidos diretamente pelo Einstein para equipar o estabelecimento.

O espaço unirá pesquisa e assistência e deverá ampliar em 40% o número de atendimentos de pacientes com câncer feitos pela instituição. As obras deverão começar em abril de 2023, com previsão de inauguração para 2025.

“Hoje, o Einstein realiza 25 mil atendimentos por ano nas unidades (privadas) de São Paulo (Morumbi e Perdizes) e Goiânia e no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (que a instituição administra em parceria com a Prefeitura de São Paulo). Esse novo centro permitirá um acréscimo de 10 mil atendimentos por ano”, diz Sidney Klajner, presidente do Einstein.

De acordo com Klajner, o aumento de casos de câncer no Brasil e o desenvolvimento de terapias avançadas contra os tumores justificam o investimento da instituição em um novo centro. “A gente sabe do aumento da incidência de novos casos de câncer, muito por conta de estilo de vida e do aumento da longevidade, então a gente vê uma oportunidade e uma necessidade da ampliação da capacidade de atendimento da doença oncológica de forma que um centro acadêmico e de pesquisa contribua para novas modalidades de tratamento, prevenção e detecção precoce”, destacou.

Segundo o presidente do Einstein, o novo centro apostará na medicina genômica e de precisão para oferecer tratamento personalizado e também para se antecipar à doença, ao utilizar exames genéticos para avaliar risco aumentado do desenvolvimento de tumores.

O Einstein vem ampliando a atuação contra o câncer desde 2013, quando inaugurou seu Centro de Oncologia e Hematologia na unidade Morumbi e ampliou o intercâmbio com instituições internacionais referências na especialidade, como MD Anderson, City of Hope e John Hopkins, todas nos Estados Unidos.

“Hoje a gente já tem terapêuticas de vanguarda, mas vamos concentrar isso em um ambiente único, no foco de como a pesquisa pode contribuir para desenvolver ainda mais a parte de medicina personalizada. E isso também está sendo feito em parceria com o City of Hope, pelo qual a gente vê uma oportunidade de esse desenvolvimento acontecer de forma até mais rápida”, afirma.

Com o novo centro, o Einstein busca estar entre os dez melhores hospitais oncológicos do mundo até 2030. No ranking feito anualmente pela revista americana Newsweek, a instituição figura na 16ª posição, melhor colocação entre hospitais da América Latina.

O novo centro ocupará uma área de 38 mil metros quadrados, terá 160 leitos, sendo 20 de UTI e outros 20 de semi-intensiva, 10 salas cirúrgicas, incluindo duas para cirurgia robótica, além de 36 salas de quimioterapia e 15 postos de laboratório.

Também terá equipamentos para realização de exames como PET-CT e aceleradores lineares – aparelhos usados para a realização de radioterapia. O novo centro oncológico terá ainda um pronto atendimento para pacientes com câncer com capacidade para 12 mil atendimentos por ano. Com a inauguração do novo centro, o número de profissionais do Einstein atuando em oncologia passará de 650 para 2,5 mil.

Novo hospital será instalado em bairro planejado

A nova unidade do Einstein será instalada no Parque Global, um bairro planejado de alto padrão no Real Parque, ao lado da Marginal Pinheiros, que terá torres residenciais, um shopping center e um complexo de inovação, saúde e educação, onde o novo hospital ficará localizado. O projeto é liderado pelo Grupo Bueno Netto, dono da Benx.

“Dentro do desenvolvimento desse produto, buscamos um espaço que dispusesse de todas as atividades e achamos que seria importante ter um hospital para ter essa centralidade”, diz Adalberto Bueno Netto, presidente do Grupo Bueno Netto. O projeto terá ainda um prédio de consultórios.

Os R$ 800 milhões investidos pela incorporadora incluem aportes de fundos de investimento e seguirão um modelo conhecido no mercado imobiliário como built-to-suit (BTS), quando a incorporadora constrói um prédio de acordo com as necessidades do locatário, com a contrapartida de que terá assegurado o aluguel por um período pré-determinado – no caso do Einstein, são 20 anos, renováveis por mais 20.

“Nós arcamos com toda a parte de terrenos, projetos, CEPACs, e o Einstein faz toda a parte do recheio das instalações. Estamos fazendo esse hospital com base num projeto totalmente orientado por eles e dedicado a eles – eles que fizeram a conceituação e a divisão interna”, esclarece Bueno Netto.