A crise econômica, os valores do dólar e do euro vai deixar lentas as negociações de jogadores. A maioria dos clubes estão tentando segurar seus bons atletas e tentar negociar empréstimos e negócios mais perto da realidade. Estamos observando clubes da Europa e Ásia estão interessados em alguns bons nomes do futebol brasileiro. Tirando essas possibilidades reais, poucas boas negociações devem movimentar os clubes até o fim do ano. Exceções à regra, os times brasileiros que vão jogar a Taça Libertadores terão algum investimento mais alto, visando o primeiro semestre, pela própria necessidade. Não adianta batalhar pela vaga na competição continental e não ter bala para colocar um time competitivo para jogar.

O Corinthians, clube que tem acertado novos patrocinadores, deve estar fechando algo em torno de trezentos milhões de reais somente em patrocínio para 2016 (e uma possível entrada de um patrocínio disputadíssimo, chamado Naming Rights, que é quando um patrocinador dá nome ao estádio). O Timão talvez seja o clube que mais poderá investir seu dinheiro em contratações, mas também faz as contas. O que se sabe é a saída de Jadson para a China. Ao lado de Palmeiras e Atlético Mineiro, tem quantias estimadas em 10, 15 milhões de reais em contratações e negócios. Pouco, mas perto do que os outros clubes estão divulgando, são os clubes mais abastados do país.

 

A Arena da Baixada teve seu momento Naming Rights, com a Kyocera em 2005. Escasso no Brasil, Naming Rights pelo mundo é algo muito comum. Arena Fonte Nova e Arena Pernambuco tem Naming Rights de uma companhia cervejaria brasileira. Quase todos os times da Liga de Futebol nos Estados Unidos, na Europa e vários outros lugares tem em seus estádios estampas de marcas empresariais. Bayern de Munique, Manchester City, Arsenal, só para citar os principais. Mas, no Brasil uma explicação é bem lógica e nem precisa pensar muito para descobrir os motivos de tanta demora em implantar as primeiras Naming Rights dos nossos estádios. A onda de corrupção política e a corrupção na CBF tem afastado os grandes empresários que pensam em investir em futebol por aqui.

Quanto aos negócios de atletas, acredito que as grandes transferências vão mais uma vez atrair os clubes de fora do país, pois aqui o dinheiro está curto. Uma boa proposta para levar um jogador brasileiro será vista com todos os bons olhos, principalmente pelos empresários da bola. Jadson será o reflexo do que vai acontecer depois. Emirados Árabes, China e mercados emergentes do futebol, como Rússia, Bélgica e Ucrânia virão buscar jogadores e os empresários doidinhos para fazer negócio.

 

No meio deste tiroteio, os clubes terão que ter muita cautela, porque não tem dinheiro para investir em jogadores. Terão estes clubes que segurar seus melhores nomes, formar atletas das categorias de base, torcendo para acertar o máximo possível de meninos, para que possam montar um elenco.

E se você viu 19 clubes do futebol brasileiro mandarem embora pelo menos duas vezes os seus técnicos, estes professores terão que se acostumar com a dança das cadeiras mais louca ainda. Porque sem time, seu clube poderá ser pressionado pela torcida, depois pelos conselheiros do clube e a resposta pelos péssimos resultados será a demissão de técnicos. É um filme que nós estamos acostumados a ver. E mais enjoados que a Sessão da Tarde.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator