No hemisfério Norte, as festas marcam o fim do inverno, o início da primavera, a alta temporada do Turismo. Por enquanto, ainda muito frio, mar revolto, chuvas e rios transbordando com o degelo das montanhas.

Depois será a vez do sol, dos campos de tulipas na Holanda, das rosas nos jardins da Inglaterra, das papoulas e flores silvestres na Europa Central. Tempo dos cruzeiros fluviais, que levam lentamente aos turistas nas descobertas das melhores paisagens europeias. Ou dos cruzeiros marítimos, que partem de míticas cidades do continente europeu para lugares mais exóticos.

Nice, a quinta cidade francesa, se apoia negligentemente sobre as colinas tocadas pelo Mediterrâneo. Situada no fundo da baia dos Anges, a pérola da Riviera aproveita um microclima que deixa a todos felizes, protegida assim do mistral. Deuses e locais acolhem aos viajantes.

Uma vegetação sempre presente, palmeiras, pinheiros, louros, fazem a palheta de cores e exalam perfumes. É assim a Côte d’Azur, lugar privilegiado que desde o século XVIII se transformou no paraíso de ricos e famosos durante o inverno ameno. No final de fevereiro o sol já aparece, transformando a paisagem. A luz faz os contrastes que atraíram tantos pintores famosos. Nas ruas, ainda um pouco friorentas, já flutua o perfume das festas e da alegria. O Carnaval retorna, como todos os anos, reinando seu tempo efêmero, brilhando de cores, confetes, serpentinas. E flores, muitas flores.

Bailes, corsos, desfiles, fantasias e máscaras enfeitam as batalhas, enquanto as flores o inverno, mimosas, rosas, amor perfeito, fazem decoração teatral para reis e rainhas de um dia. Fogos de artifício riscam a noite e, iluminadas, as palmeiras parecem salpicadas de ouro.

O Carnaval faz seu papel missionário, desde os tempos mais antigos. Na Idade Média, a fantasia e a máscara serviam para permitir a transgressão de tabus, de viver o mundo pelo avesso, de cair na gulodice e nos gastos impensados, antes de enfrentar a austeridade da quaresma. A Festa dos Loucos celebra o retorna à vida durante a primavera e à morte dos tempos frios do inverno.

O reisabe disso, com seu sorriso e suas bochechas vermelhas, e esconde ansiedade do fim próximo: em algumas horas, a efígie de Sua Majestade Carnaval vai virar fumaça. Como a festa não pode parar, os trabalhos carnavalescos reiniciam em seguida, preparando a comemoração do final de inverno do próximo ano. E Nice volta a ser Nissa la Bella, cidade que ganhou destaque quando em 1824, o reverendo Lewis Way, um inglês de nome predestinado, mandou construir um caminho largo de dois metros na beira do mar. Um século depois, devidamente revisto, o caminho ficou conhecido como Promenade des Anglais. Hoje, apesar da intensidade da circulação na via rápida, a Promenade é o lugar de boas caminhadas, de espaço esportivo, de jogging matinal e de adolescentes deslizando sobre patins.

A decoração Império e Napoleão III dos palácio Negresco foi salva da decadência em 1974. Os palácios da Belle Époque, com fachadas brancas, seus salões misturando estilo americano e de Pompéia, sempre atraíram os aristocratas e hoje são monumentos históricos.

Em plena cidade, é a alegria do mar próximo, com seus biquínis, guarda sóis em branco e azul, tudo o que permite o bronzeado saudável, o conforto, o calor. A luz é dourada, no auge do dia. Nada de ansiedades, horários fixos, compromissos. A água fica azul turquesa, esmeralda, safira, dependendo do sol e das horas. Velas coloridas passam longe, no horizonte.

Quando chega a noite, são os bares que recebem aos turistas, com seus coquetéis coloridos e aromas do paraíso. Daiquiri ou Alexandra, uma taça de vinho de Bellet no terraço de cidade antiga, são muitas as escolhas.

A velha Nice fica logo depois da praça Masséna, com suas arcadas vermelhas, ruazinhas charmosas e o forte aroma de azeite de oliva, especiarias, anunciando sabores únicos. O falar dos locais se mistura ao francês tradicional, formando uma língua sorridente, com jeito de ervas de Provença. Foi a mistura de culturas que criou a magia tão particular da capital da Riviera.

Perto do pitoresco porto Lympia, o sol revela a ocupação humana de mais de quatrocentos mil anos. O museu Terra Amata é testemunha da história, bem no lugar da antiguidade dessas raízes.

O carnaval de Veneza é o mais famoso. Mas Nice também faz o seu, com batalha de flores

Passeio pela Havana moderna em carros antigos é parte do cruzeiro Miami-Cuba da NCL

De trem, barco, navio, avião: não importa o meio de transporte, agora é a hora de viajar para o hemisfério norte

Junto do castelo, que foi o lugar primitivo da Nikaia grega, curvas e dourados brilham nas igrejas, mostrando o passado italiano da cidade. No cours Saleya, a antiga promenade dos elegantes, fica o mercado de flores e legumes, com seus cheiros e cores enquadrando restaurantes de frutos do mar e boutiques de artesanato.

Nice é também uma cidade moderna, que desenvolveu com inteligência o turismo de negócios, graças à Acropolis, o palácio de Artes, do Turismo e de Congressos. As atividades do comércio, a horticultura, a arquitetura, a eletrônica são outros pontos altos da economia na região.

Nice atrai também uma nova população de alto nível cultural, que se une aos turistas clássicos, aos ricos estrangeiros que fazem residência na cidade ou transformam seus imóveis em residências secundárias.

Nas proximidades surgem pequenas povoações encrustadas nas fendas das pedras. As cigarras cantam sem parar, o ar tem aroma de especiarias. Foram suas cores da terra e a luz do céu que fascinaram aos artistas durante gerações. A proximidade com a Itália ajudou bastante e surgiram diferentes centros de arte: museu Chagall em Nice-Cimiez; museu Cocteau em Menton; Fundação Maeght em Saint Paul-de-Vence.

Nice foi ponto de encontro preferido dos pintores famosos como Modigliani, Braque, Signac, Matisse, que residiram, amaram, trabalharam à sombra das figueiras. A Fondation Maeght e sua extraordinária coleção de obras, vale a viagem. Em um grande espaço coberto de pinheiros e árvores centenárias, se abre o jardim de esculturas modernas. Mobiles em constante movimento conforme o vento tornam ainda mais agradável um dia pleno de emoções e beleza, na contemplação das obras primas da arte contemporânea.

Trinta quilômetros de Nice a Menton, separam a França da Itália: Èze, Monte Carlo, Cap Martin. Uma sucessão de golfos, terraços, rochas vermelhas com plantações de oliveiras, florestas de ciprestes negros. A luz, magnífica, domina tudo. Aproveite: o dólar teve aquela baixa psicológica, que ajuda a fazer planos de viagens interessantes. A meia estação é a preferida para os turistas de meia idade, que são os que podem viajar fora dos horários escolares e tiram férias quando o frio já está de saída e os outros turistas ainda não chegaram.

Procure informações sobre os inúmeros cruzeiros fluviais na Europa, uma das maneiras mais agradáveis de conhecer a história e a beleza de vários países diferentes, veja os roteiros possíveis nos trens confortáveis que ultrapassam todas as fronteiras, saia dirigindo um carro, para fazer paradas em povoados, conhecer estradinhas vicinais, lugares pouco visitados porque fora das grandes rotas. É assim a primavera no hemisfério norte.


DESTAQUES

MAIS CUBA – A Norwegian Cruise Line está oferecendo cruzeiros adicionais, perfazendo 30 opções até dezembro, entre Miami e Cuba. Todas as viagens terão pernoite em Havana. A navegação é semanal, ida e volta, todas as segundas feiras. Além do pernoite em Havana, uma parada em Great Stirrup Cay, ilha particular da NCL nas Bahamas. Os cruzeiristas terão 15 opções de passeios de meio dia ou dia inteiro, para explorar fauna e flora de Soroa, ver a moderna Havana em carros vintage, típicos de Cuba. A duração dos cruzeiros é de 4 dias e as vendas iniciam amanhã, dia 21 de fevereiro. Saiba mais no www.ncl.com/br/pt/cruises-to/cuba-cruises

CRUZEIROS COM DESCONTOS – A Emerald Waterways oferece descontos de até 2 mil dólares por pessoa em alguns de seus cruzeiros fluviais pela Europa, com saídas a partir de abril. Escolha entre 8 dias de Lyon a Arles; Jóias do Reno, 8 dias da Basiléia a Amsterdã; Belezas Holandesas e Belgas, 8 dias de Amsterdã/Amsterdã; Europa Central, 10 dias de Bucareste a Budapeste; Esplendores da Europa, 15 dias de Amsterdã a Budapeste.