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Após as aglomerações no complexo gastronômico Mercado Sal e no Largo da Ordem no fim de semana em plena pandemia de coronavírus, criticadas nas redes sociais e pelo prefeito Rafael Greca nesta segunda (9), que inclusive ameaçou cassar os alvarás dos estabelecimentos que não cumprirem os protocolos, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) anunciou algumas medidas. Segundo o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, os bares que ficam em locais abertos, como Largo da Ordem, terão suas áreas delimitadas para que fique clara a responsabilidade do empresário: “A Guarda Municipal também tem que agir na área pública para evitar as aglomerações”. A associação também recomendou ao complexos gastronômicos que a música ao vivo seja suspensa dos estabelecimentos durante a pandemia. “Mas pedimos que a prefeitura crie algum auxílio emergencial para os músicos da cidade que estão passando necessidade”, afirmou Aguayo. O dirigente também informou que os estabelecimentos reforçaram o compromisso de evitar as aglomerações. 

Ele disse que a categoria apoia a Prefeitura na luta contra a covid-19, mas que não vai admitir que os bares e restaurantes sejam responsabilizados pelo aumento de casos de coronavírus na cidade: “Nosso setor apóia a prefeitura e a secretaria de Saúde, mas não admitimos que façam uma ‘caça às bruxas ao nosso setor’. Estamos vendo os parques e praças cheios, os ônibus lotados”.

A Prefeitura de Curitiba anunciou na tarde desta terça-feira (9)) novas medidas para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Em live transmitida por meio das redes sociais do Executivo municipal, o prefeito Rafael Greca e a secretária municipal de Saúde Márcia Huçulak falaram sobre a criação de um indicador que avaliará semanalmente a evolução da crise sanitária em Curitiba, Greca voltou a comentar a possibilidade de um lockdown na cidade e também foi apresentado um novo protocolo social de responsabilidade, documento que impõem e detalha uma série de regras para o funcionamento de estabelecimentos comerciais. Logo na abertura da transmissão, o prefeito citou episódios recentes de aglomeração na cidade, dizendo que tem gente “facilitando” a circulação do coronavírus. Segundo ele, isso poderia levar à cassação, por meio de decreto, de “todos os alvarás”.

“Meu coração se aperta com a possibilidade de fechar Curitiba, decretar lockdown. Por 90 dias fomos uma cidade inteligente, com todas as pessoas obedecendo os postulados da Secretaria Municipal de Saúde, mantendo o distanciamento social, lavando as mãos e usando álcool gel e máscara”, disse Greca. “Eu não quero fazer, mas depende de vocês. Todos devem nos ajudar”, disse Greca.

Para a sociedade curitibana acompanhar a evolução da pandemia, toda sexta-feira a Saúde divulgará um indicador nas cores amarela, laranja e vermelha. O amarelo, onde se encontra atualmente Curitiba, indica estado de alerta; o laranja, médio risco; e o vermelho, alto risco – ou seja, o momento em que o sistema de saúde da cidade estaria à beira do colapso ou já colapsado.