Agência Brasil

Após reunião, ocorrida nesta manhã de quarta-feira, 24,  na residência oficial do Palácio da Alvorada com governadores, ministros e chefes de poderes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá uma parceria entre os governos estaduais, o Congresso e a União para combater a pandemia de Covid-19.

“Resolvemos, entre outras coisas, que será criada uma coordenação junto aos governadores, com o senhor presidente do Senado Federal. Da nossa parte, um comitê que se reunirá toda semana com autoridades para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus.”, afirmou o presidente em um breve pronunciamento após o encontro, ao lado de governadores e chefes de poderes.

No entanto, as mais de 3 mil mortes registradas em um único dia, não foram suficientes para que o presidente revisse seu posicionamento a respeito do ‘tratamento precoce’, desaconselhado até mesmo pelos fabricantes os medicamentos, e distanciamento social. O método prevê a utilização de medicamentos defendidos pelo presidente, mas que não têm eficácia contra a Covid-19, de acordo com pesquisas científicas internacionais.

“Tratamos também de possiblidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico off-label tratar os infectados”, argumentou Bolsonaro.

A reunião entre Bolsonaro, governadores, ministros e chefes de poderes ocorre no dia em que o Brasil chegou à marca de 300 mil mortos por Covid-19, desde que a pandemia começou, há pouco mais de um ano.

O país vive o momento mais grave da pandemia, com sucessivos recordes diários de número de mortes e número de novos casos. Os sistemas de saúde nos estados está sobrecarregado, com filas na UTI e ameaça de falta de insumos para sedação de pacientes e de oxigênio.

Isolamento social
Em nenhum momento de seu pronunciamento, Bolsonaro falou de medidas de isolamento social, defendidas por especialistas como fundamentais para conter o descontrole do contágio, como é o caso atual da pandemia no Brasil.

O tema do isolamento foi citado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que também fez um pronunciamento após a reunião. Ao lado de Bolsonaro, ele ressaltou a importância de restringir a circulação de pessoas.

“Pedir a todos que entendam que em situações delicadas e críticas muitas vezes se faz necessário o isolamento social”, disse o governador.

Os governadores presentes à reunião não são críticos declarados do presidente. Além de Caiado, participaram Wilson Lima (Amazonas), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná), Marcos Rocha (Rondônia), Renan Filho (Alagoas).