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Uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) foi encontrada sem vida, em estado inicial de decomposição, neste domingo (25), na praia deserta do Parque Nacional do Superagui, a 6km da vila local, no Litoral do Paraná.

Pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/UFPR) isolaram a área por volta das 9h, registram o encalhe, avaliaram a carcaça, e com apoio da equipe que se deslocou da base em Pontal do Sul, coletaram materiais biológicos para a análise de saúde e biológica do animal. A equipe também contou com o apoio local para transportar os materiais de coleta.

De acordo com informações levantadas até o momento a baleia jubarte era juvenil, media 8 metros e apresentava marcas de interação com redes de pesca, as quais deixaram lesões profundas ao longo do corpo do animal.

No entanto, segundo os pesquisadores, somente por meio de uma investigação mais aprofundada com auxílio de exames complementares laboratoriais será possível identificar a causa de morte do animal. Apenas considerando os três últimos meses, esta é a quinta baleia jubarte encalhada no litoral do Paraná, sendo uma registrada na Ilha do Mel, duas na Ilha do Superagui, uma no Balneário Shangrilá, em Pontal do Paraná, e uma em Brejatuba, em Guaratuba.

Desde o início do PMP-BS, em 2015, já foram registrados encalhes de 17 baleias da mesma espécie no litoral paranaense, incluindo indivíduos adultos e jovens.
As baleias jubartes da população do oceano Atlântico Sul vem ao Brasil anualmente para reprodução, mas passam o verão se alimentando na região Antártica. A principal área brasileira de reprodução é o litoral da Bahia, mas jubartes têm sido avistada com frequência na região sudeste e sul do Brasil.

Segundo o Instituto Baleia Jubarte, os encalhes tem ocorrido por diversos motivos, entre eles, morte natural, aproximação dos animais à costa e aumento da interação destes com redes de pesca e embarcações, causando assim riscos de emalhe e colisão com os barcos e navios. Esta aproximação da zona costeira é motivo de investigação pelos cientistas, pois pode ser apenas uma resposta à recuperação da população, mas também pode ser reflexo das mudanças climáticas.

Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. O projeto tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) é responsável por monitorar e avaliar os encalhes no Trecho 6, abrangendo os municípios de Guaratuba, Matinhos, Paranaguá, Pontal do Paraná e Guaraqueçaba (PR).