Fernando Frazão/Agência Brasil

Às vésperas da sua primeira viagem a Brasília, depois do segundo turno das eleições, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) avisou hoje (4), nas redes sociais, que a partir da sua gestão surgirá “um novo momento para o Brasil”. Segundo ele, o “Estado servirá à população” e não o contrário.

“Surge um novo momento, onde o Estado servirá à população e não o historicamente destrutivo oposto”, afirmou o presidente eleito na sua conta no Twitter.

Sem mencionar o nome do adversário Fernando Haddad (PT), Bolsonaro comparou de forma crítica sua campanha com a do petista. “Gastamos cerca de 20 vezes menos que o segundo colocado, sem prefeitos, governadores ou máquinas. Todo o possível quadro foi mudado graças a conexão com o que almeja a população.”

Culto de domingo

O presidente eleito Jair Bolsonaro participou hoje de um culto na Igreja Batista Atitude, no Recreio, zona oeste do Rio. Bolsonaro está acompanhado da mulher Michele.

O presidente eleito deixou sua residência, na Barra da Tijuca pouco antes das 11h e seguiu em um comboio com escolta de policiais federais e de batedores da Polícia Militar.

Ao sair do condomínio onde mora, na Avenida Lúcio Costa, Bolsonaro foi aplaudido e ovacionado com gritos de pessoas que o chamavam de mito.

Durante o culto, o presidente eleito escolheu os provérbios 4 de 25 a 26 para definir a escolha da sua equipe de governo.” Ninguém faz nada sozinho como tenho dito. Olhe o que Israel não tem e veja o que eles são. Olhe o que Brasil tem e veja o que nós não somos. O problema foi identificado, lá atrás, há 4 anos, quando decidi disputar a Presidência, sem recursos, sem partidos, sem tempo de televisão, com parte da mídia contrária às nossas propostas, mas< se isso aconteceu no último domingo 28), só tem uma explicação: foi Deus que decidiu.”

Viagem

Bolsonaro deve desembarcar com parte de sua equipe na terça-feira (6), em Brasília, para uma série de reuniões. Ele pretende ficar na capital até o dia 8.

Segundo o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), confirmado para assumir como ministro-chefe da Casa Civil, o presidente eleito terá reuniões com representantes dos três Poderes – Judiciário, Legislativo e Executivo.

A expectativa é que as reuniões de Bolsonaro ocorram, separadamente, com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli; da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

Na quarta-feira (7), Bolsonaro se reúne com o presidente Michel Temer com quem já conversou algumas vezes por telefone e disse estar grato por se colocar à disposição para colaborar na transição.

Transição

O governo de transição começa a trabalhar ativamente esta semana em Brasília, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), que fica próximo ao Palácio do Planalto e à Esplanada dos Ministérios.

Para o futuro governo, Bolsonaro confirmou cinco nomes: o general da reserva Augusto Heleno para a Defesa; Paulo Guedes, para o superministério da Economia; o juiz Sérgio Moro, para a Justiça; Onyx Lorenzoni, para a Casa Civil, e Marcos Pontes, para Ciência e Tecnologia.

O presidente eleito confirmou que pretende reduzir o número de ministérios de 29 para 15 ou 17. O número exato ainda não foi definido.