Divulgação/Conselho da Comunidade de Curitiba

O Tribunal de Justiça do Paraná autorizou a realização de um mutirão carcerário no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Até o dia 8 de novembro, serão analisados processos dos detentos que tiverem laudos psiquiátricos. O CMP tem capacidade para 599 presos, mas abrigava na semana passada cerca de 950 detentos.

“O Complexo perdeu o propósito hospitalar. Virou um cadeião”, afirma Isabel Kugler Mendes, presidente do Conselho da Comunidade da Região Metropolitana de Curitiba – Órgão da Execução Penal. “Esse mutirão chega em boa hora. Hoje, o CMP não tem capacidade para fazer tratamento penal hospitalar. Além da superlotação, faltam médicos, faltam psiquiatras, faltam enfermeiras. Transformaram o Hospital Penitenciário em uma galeria para abrigar presos do ‘colarinho branco’. Mesmo assim, a unidade continua recebendo detentos com problemas médicos de todo o estado”, diz a presidente do Conselho da Comunidade da RMC.

De acordo com o Mapa Carcerário do Paraná, do Departamento Penitenciário (Depen), o estado mantém atrás das grades de unidades prisionais 28.597 pessoas, com uma superlotação de 7393 presos. Se somar o número de pessoas detidas em delegacias, o total de detentos no Paraná se aproxima de 40 mil.
“O governo estadual anunciou recentemente a construção de novas penitenciárias. Mas hoje apenas os mutirões conseguem minimizar a superlotação nos presídios”, ressalta Isabel Mendes.