Franklin de Freitas – “Cida Borghetti (PP): u201cExiste um respeito mu00fatuo dos dois ladosu201d”

A governadora e pré-candidata à reeleição, Cida Borghetti (PP), desconversou ontem ao ser questionada sobre a possibilidade de uma aliança com o senador Roberto Requião (MDB) para as eleições de outubro. Já o ex-senador e pré-candidato de oposição ao governo, Osmar Dias (PDT) cobrou coerência do MDB, que ameaça romper negociações para uma composição entre os dois partidos. As declarações foram dadas durante sabatina promovida pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP), em Curitiba. 
No último final de semana, Requião participou de evento no interior do Estado ao lado de Cida, o que fez surgir as especulações de que eles poderiam formar uma chapa para a disputa, com a governadora concorrendo a um novo mandato, e o emedebista buscando a reeleição para o Senado. A imagem chegou a ser divulgada pela Agência Estadual de Notícias do governo. O encontro ocorreu poucos dias depois da direção estadual do MDB anunciar que iniciaria negociações com outros pré-candidatos e partidos – o que incluiria, além de Cida Borghetti, o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD) – diante da indefinição de Osmar Dias sobre as propostas de aliança com a legenda. 
“O senador Requião foi governador do Paraná, foi prefeito. Eu deputada estadual quando ele estava governador, existe um respeito mútuo dos dois lados”, afirmou a governadora. “As negociações para ampliar coligações, alianças vão se estender ao longo desse mês de julho até o início do mês de agosto. Temos uma amizade e eu respeito a amizade. Temos ideologias diferentes que também respeitamos”, despistou ela. 
Cida Borghetti assumiu o governo em abril, após a renúncia do governador Beto Richa (PSDB) para disputar uma vaga no Senado. Desde o início, ela definiu sua administração como um governo de “continuidade”. Além disso, Richa tem afirmado que sua tendência é concorrer ao Senado em uma chapa encabeçada pela governadora. Já Ratinho Jr foi secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do governo Beto Richa entre 2014 e 2017. 
Modelo – Osmar Dias afirmou ter tomado conhecimento pela imprensa da suposta aproximação de Requião com a atual governadora. “Nós não queremos uma aliança ocasional, só para disputar as eleições. Nós queremos uma aliança em torno de um projeto de Estado que possa ser apoiado não só por partidos, mas por pessoas que queiram uma ruptura com o atual modelo de governar o Paraná”, disse. “Se não é possível fazer uma aliança com partidos da oposição, então eu não sei como será possível. O que eu vi foi o PMDB criticar o atual modelo de gestão, até com críticas muito pesadas, denúncias de corrupção, escândalos que ocorreram na gestão atual. Se o MDB mudou o que pensa a respeito desse modelo de gestão, paciência, eu respeito. Eu não mudei. Por isso eu continuo fazendo uma campanha com um projeto de oposição”, afirmou o pedetista. 
O ex-senador ironizou ainda a decisão do MDB de Requião de criar uma comissão para conversar com outros partidos. “Até me surpreendi com o novo posicionamento. Como o MDB criou uma comissão para discutir alianças, eu vou criar uma hoje também que vai passar a discutir alianças com os outros partidos, e eu vou exercer a minha função primordial que é levar a minha candidatura adiante”, comentou.